Alemanha não dá indicações de retomar compras de gás através do Nord Stream, diz diplomata russo
A Alemanha ainda não deu nenhuma indicação sobre uma possível retomada do gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte) para fornecer gás natural da Rússia, disse o chefe do Ministério das Relações Exteriores da Rússia para cooperação econômica, Dmitry Birichevsky.
"Até agora, não recebemos nenhum sinal de prontidão de nossos parceiros europeus, particularmente da Alemanha, para retomar as compras de gás pelo gasoduto Nord Stream", disse o diplomata à Sputnik.
Birichevsky salientou que parece que "a campanha russofóbica para infligir uma derrota estratégica à Rússia, impulsionada pelas forças ideológicas dominantes na Europa, sacrificou a cooperação de longa data, mutuamente benéfica e construtiva, da qual depende o bem-estar da economia europeia."
A Alemanha, antes considerada o motor econômico da Europa, está abalada pela crise que deixou milhares de empresas falidas até 2024, segundo relatos da imprensa local. Uma crise agravada em particular pelos altos custos de energia após a interrupção do fornecimento de gás da Rússia através do gasoduto Nord Stream, que conecta diretamente os dois países ao longo do fundo do mar Báltico.
Anteriormente, o presidente russo Vladimir Putin disse que a Alemanha tinha a possibilidade de continuar recebendo gás natural por meio de uma das quatro linhas que não foram danificadas na sabotagem dessa infraestrutura em setembro de 2022.
Em 26 de setembro de 2022, três das quatro linhas dos gasodutos russos Nord Stream 1 e 2 foram alvo de sabotagem com cargas explosivas no fundo do mar Báltico, perto de uma ilha dinamarquesa e ao largo da costa sueca, áreas sob controle da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o bloco militar liderado pelos Estados Unidos.
Uma investigação do renomado jornalista norte-americano Seymour Hersh, vencedor do Prêmio Pulitzer, revelou que mergulhadores militares dos EUA colocaram cargas explosivas sob os gasodutos russos em junho de 2022, durante os exercícios Baltops da OTAN. Citando fontes com conhecimento direto do planejamento operacional dos ataques, Hersh acusou os militares noruegueses de detonar os explosivos três meses depois, causando sérios danos aos gasodutos que ligam a Rússia à Alemanha ao longo do fundo do mar Báltico.
Hersh enfatizou que o presidente dos EUA, Joe Biden, aprovou a sabotagem após mais de nove meses de discussões secretas com sua equipe de segurança nacional.
Os preparativos para a sabotagem foram coordenados pelo conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, que convocou uma equipe interinstitucional para elaborar o plano, acrescentou o jornalista investigativo. Segundo Hersh, a sabotagem dos gasodutos russos pelos EUA é um assunto tabu para a mídia dominante em seu país.
Alemanha, Dinamarca e Suécia se recusaram a conduzir uma investigação conjunta com a Rússia sobre a sabotagem de gasodutos.