POSICIONAMENTO

Amorim voltar a condenar sanções dos EUA contra a Venezuela e defende 'princípio de não ingerência'

O assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, avaliou ao jornal O Globo sobre as relações entre Brasil e Venezuela nesta segunda-feira (13).

Publicado em 13/01/2025 às 20:16
© Foto / Twitter / Reprodução

Na última sexta (10), o presidente Nicolás Maduro tomou posse para o terceiro mandato à frente do país ao longo dos próximos seis anos. O Brasil foi representado na cerimônia pela embaixadora em Caracas, Glivânia Oliveira.

Na reportagem, Amorim voltou a reforçar a posição do governo brasileiro contrária às sanções dos Estados Unidos contra a Venezuela. "Enquanto houver sanções, fica muito difícil falar em democracia. Isso dificulta qualquer negociação", pontuou Amorim.

Além disso, o assessor especial pontuou que o país mantém o princípio de não ingerência (evitar interferir na situação do país). O Brasil ainda não reconheceu a vitória de Maduro e nem acatou os argumentos da oposição, que afirma ter derrotado o presidente com a candidatura do opositor Edmundo González.

"Continuaremos acompanhando a situação na Venezuela, mas sem ingerência, o que não quer dizer que não se pode ter opinião", acrescentou.

Defesa do diálogo entre Brasil e Venezuela

Em novembro, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, declarou que apesar do incidente diplomático que envolveu os dois países, o Brasil deve continuar a ter diálogo com o país. Na época, o embaixador venezuelano no Brasil, Manuel Vadell, chegou a ser chamado para prestar esclarecimentos ao governo de Nicolás Maduro sobre a posição do país nas eleições.

"Pelo contrário, diálogo e negociação, e não isolamento, são a chave para a construção de qualquer solução pacífica e duradoura na Venezuela", disse, acrescentando que a crise política venezuelana não deve ser resolvida com sanções e isolamento por parte de outros países.

"A solução precisa ser construída pelos próprios venezuelanos, e não imposta de fora com mais sanções e isolamentos. Isso nós já vimos que não funciona. Não podemos cometer os erros que cometemos na época da autoproclamação de Juan Guaidó como presidente, em 2018."


Por Sputinik Brasil