INTERNACIONAL

Trump não descarta uso de força militar pelos EUA para ocupar Groenlândia e canal do Panamá

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, não descartou nesta terça-feira (7) o possível uso de força militar para tomar o controle do Canal do Panamá e da Groenlândia. Para o republicano, os territórios são vitais para a segurança nacional do país.

Publicado em 07/01/2025 às 16:32
© AP Photo / Saul Loeb

"Não vou me comprometer com isso", respondeu Trump em uma sessão informativa ao ser questionado se descartaria o uso do Exército para retomar o controle do canal do Panamá e ocupar a Groenlândia, território autônomo da Dinamarca e aliado de Washington.

Mais cedo, a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, defendeu que o futuro da Groenlândia deve ser decidido pelo seu próprio povo e não descartou a independência do território.

"Sinto um forte desejo entre muitos groenlandeses de caminhar em direção à independência. É legítimo, e é por isso que acredito que o futuro da Groenlândia deve ser decidido em Nuuk, a capital da Groenlândia [...]. Nosso futuro e nossa luta pela independência são nossos assuntos. Dinamarqueses, americanos e outros podem ter suas opiniões, mas não devemos nos deixar levar pela histeria ou culpar os outros", declarou nas redes sociais também nesta terça.

Desde o fim do ano passado, a insistência de Trump sobre a retomada do controle norte-americano sobre o canal do Panamá gerou reações do país latino-americano. Responsável por cerca de 6% de todo o comércio marítimo global e reduzindo 8.000 milhas náuticas ou mais (até 22 dias) nas viagens entre os oceanos Pacífico e Atlântico (em comparação com a via que contorna o sul das Américas), o canal tem servido de importante ponto econômico estratégico por mais de um século, tendo passado a maior parte desse tempo sob o controle dos EUA

Já presidente panamenho, José Raúl Mulino chegou a afirmar que "a pátria e a via interoceânica não são negociáveis". Mulino declarou em seu perfil na rede social X (antigo Twitter) que o canal "é panamenho e continuará sendo", em resposta à ameaça de Trump de exigir sua devolução caso as tarifas cobradas para o trânsito não sejam reduzidas.

O presidente panamenho também lembrou que a via interoceânica, inaugurada em 1914, foi administrada por Washington até a transferência para o poder local, em 31 de dezembro de 1999.

Desejos expansionistas de Trump

Para além da Groelândia e do Panamá, Trump também já demonstrou outras vontades expansionistas sobre o território norte-americano antes mesmo de assumir a Casa Branca. Na última segunda (6), após o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciar a renúncia do cargo, Trump chegou a sugerir que o país deveria se fundir com os Estados Unidos.

"Se o Canadá se fundisse com os EUA, não haveria tarifas, os impostos seriam grandemente reduzidos e eles estariam totalmente seguros da ameaça dos navios russos e chineses que os cercam constantemente", disse Trump no Truth Social.

Por Sputinik Brasil