Alemanha acusa Elon Musk de interferência no processo eleitoral
O apoio do empresário americano Elon Musk ao partido nacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD) é uma tentativa de influenciar as eleições alemãs, disse a porta-voz do governo alemão Christiane Hoffmann.
O empresário e bilionário sul-africano, que obteve a nacionalidade norte-americana, escreveu um artigo de opinião no jornal Welt, no qual afirmou que o partido AfD é a única força política na Alemanha capaz de salvar o país de se tornar uma "sombra do que era antes".
Em resposta, a porta-voz do governo alemão, Christiane Hoffmann, afirmou "que Elon Musk está tentando influenciar a eleição federal". No entanto, ela lembrou que Musk é livre para expressar sua opinião. "A liberdade de expressão também é considerada aplicável ao [rede social] X."
Ela enfatizou ainda que o resultado das eleições na Alemanha é determinado pelos eleitores, e "as eleições são uma questão alemã".
Essa não é a primeira vez que Elon Musk demonstra seu apoio pelo Alternativa para a Alemanha. Em 22 de dezembro, o bilionário já havia publicado em seu perfil no X que "apenas o AfD pode salvar a Alemanha".
A publicação do artigo desencadeou debates acalorados tanto na redação do Welt, um dos principais jornais do grupo de mídia Axel Springer, quanto na Alemanha como um todo: a chefe da seção de opinião do Welt, Eva Marie Kogel, apresentou sua demissão após a publicação do artigo.
Já Friedrich Merz, candidato a chanceler da Alemanha do bloco conservador de oposição da União Democrata Cristã (CDU) e da União Social Cristã (CSU), chamou o artigo de uma interferência sem precedentes nas eleições alemãs.
No último dia 16 de dezembro o chanceler alemão, Olaf Scholz, recebeu voto de desconfiança do resto do Bundestag, parlamento unicameral da Alemanha. Segundo os protocolos do governo alemão, isso abriu espaço para que o presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, dissolvesse a câmara legislativa e convocasse novas eleições, esperadas para acontecer em 23 de fevereiro de 2025.
Sob vigilância das autoridades federais por suspeição de extremismo, o AfD que vem ascendendo em popularidade na Alemanha nos últimos anos, ocupando atualmente a segunda posição nas pesquisas de intenção de voto.
Por Sputinik Brasil