Biden pressiona Sérvia a sancionar Rússia na reta final do mandato, diz vice-primeiro-ministro
A administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tenta pressionar Belgrado a impor sanções contra a empresa russo-sérvia Naftna Industriya Srbije antes de deixar o poder e forçar a Sérvia lançar medidas restritivas contra Moscou.
O presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, afirmou na última terça-feira (24) que discutiu as sanções solicitadas contra a NIS com o embaixador russo Aleksandr Botsan-Kharchenko. No dia anterior, Vucic havia discutido a questão, além de temas regionais, política mundial e cooperação bilateral em uma conversa por telefone com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
"Agora, quase três anos após o início do conflito na Ucrânia, decidiram impor sanções contra a NIS. Isso não está, por acaso, conectado ao fato de que uma administração nos EUA está saindo e outra está chegando? Isso não está relacionado ao fato de que a liderança sérvia precisa ser quebrada antes da mudança de administração norte-americana? Não porque, como alguns explicam, o principal proprietário é uma empresa russa e isso afeta o conflito na Ucrânia. Então, por que esperaram três anos?" questionou Vulin.
De acordo com o político, os norte-americanos tinha conhecimento há muito tempo sobre quem é o proprietário da empresa de petróleo.
"Isso está sendo feito porque agora é o momento de quebrar a liderança sérvia e exercer a máxima pressão sobre o presidente Vucic, na tentativa de forçá-lo a impor sanções contra a Federação da Rússia ou, pelo menos, tomar uma medida em relação à NIS que pareça aos parceiros russos algo dirigido contra eles", afirmou Vulin.
Além disso, as declarações do embaixador dos Estados Unidos, Christopher Hill, de que tais medidas restritivas não são direcionadas contra a Sérvia, são "hipócritas", avalia Vulin.
Também nesta semana, o presidente sérvio anunciou o início iminente de negociações com Estados Unidos e Rússia sobre as sanções esperadas contra a NIS. O líder já indicou que Belgrado não imporia sanções contra Moscou, mesmo com as medidas restritivas em relação à empresa russo-sérvia.
Ao mesmo tempo, Vucic admitiu a possibilidade de negociações para reduzir a participação da Gazprom e da Gazprom Neft (56,15%) na NIS devido às sanções norte-americanas. Segundo ele, as medidas restritivas poderiam ser introduzidas já em 1º de janeiro de 2025.
Por Sputinik Brasil