ORIENTE MÉDIO

Enquanto Europa congela novos pedidos de asilo, Áustria inicia preparativos para deportar sírios

Por Sputinik Brasil Publicado em 09/12/2024 às 23:35
© AP Photo / Andoni Lubaki

Com a queda do governo de Assad na Síria e a promessa de um país sem guerra civil, diversas nações europeias anunciaram o congelamento dos processos de vistos de refugiados sírios. Alguns chegaram até mesmo a iniciar os preparativos para deportar os imigrantes de volta a seu pais natal.

"Devido aos acontecimentos na Síria, o serviço de migração decide suspender as decisões sobre a concessão de asilo a cidadãos sírios", informou a Agência Sueca de Migração nesta segunda-feira (9).

Segundo o comunicado, a suspensão é temporária enquanto o serviço público trabalha para obter informações sobre a situação política e segurança da Síria. Durante esse tempo, nenhuma decisão será tomada sobre autorizações de residência ou deportações.

A decisão não foi tomada só pela Suécia. Grécia, Finlândia, Suíça, França, Alemanha, Dinamarca, Noruega, Bélgica, Itália e Holanda paralisaram ou anunciaram planos de paralisar os processos de asilo de refugiados sírios.

Em sua conta no X, a ministra holandesa de Asilo e Migração, Marjolein Faber afirmou:

"Os eventos na Síria se seguiram muito rapidamente nos últimos dias. É por isso que acabei de decidir suspender temporariamente o processamento de pedidos de asilo de pessoas da Síria."

Áustria se prepara para deportar

Dentre os países europeus, a Áustria levou sua decisão à próxima etapa. O ministro do Interior do país, Gerhard Karner, anunciou planos de deportar os migrantes sírios em seu território.

Cerca de 100 mil sírios vivem atualmente no país. O político não esclareceu a quais status de migração se aplicarão as ordens de deportação.

Nos últimos anos milhões de refugiados sírios chegaram na Europa devido ao aprofundamento da Guerra Civil Síria. Na Alemanha, o número de refugiados sírios é um pouco maior de 1,2 milhão.

O início dos procedimentos pelo retorno dos migrantes não é de agora. Em outubro alguns países da União Europeia, liderados pela Itália, advogaram pela normalização de laços com a Síria de modo a facilitar a deportação de imigrantes.

Para esses governos, os refugiados se tornaram um problema eleitoral uma vez que muitos partidos conservadores e ultranacionalistas têm expandido suas bases a partir de um discurso anti-imigração árabe.