Ucrânia suaviza posição e considera os planos do Brasil e da China para resolução, diz mídia dos EUA
Ucrânia tem suavizado sua posição em relação à proposta de Brasil e China para a resolução do conflito e busca combinar o movimento com o chamado "plano de vitória" de Vladimir Zelensky, afirmou nesta quarta-feira (6) o jornal New York Times.
O jornal destaca que, nos últimos meses, ocorrem discussões "delicadas e multilaterais" sobre a resolução do conflito na Ucrânia por meio de negociações. No entanto, ainda não se sabe como a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA poderia influenciar o processo.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, chegou a afirmar que China, Brasil e outros países do Sul Global planejam criar uma plataforma aberta chamada "Amigos da Paz" para a resolução da crise ucraniana. No fim de setembro, após a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), ministros e representantes de diversos países se reuniram para discutir a proposta.
Após o encontro, Argélia, Bolívia, Brasil, China, Colômbia, Egito, Indonésia, Cazaquistão, Quênia, México, África do Sul, Turquia e Zâmbia publicaram um comunicado conjunto. A França, Suíça e Hungria também participaram das discussões.
Plano de Brasil e China para a paz na Ucrânia
Em maio deste ano, a China e o Brasil publicaram em conjunto um consenso de seis pontos para a resolução política da crise ucraniana, que recebeu avaliações positivas de mais de 100 países.
O documento propõe que todas as partes envolvidas sigam três princípios para a desescalada: não expandir o campo de batalha, não intensificar os combates e evitar provocações. Em segundo lugar, o documento enfatiza que o diálogo e as negociações são a única solução viável para a crise ucraniana.
A proposta ainda pede um aumento na ajuda humanitária para as regiões afetadas e a proteção de civis e infraestruturas civis. China e Brasil também apoiaram a troca de prisioneiros de guerra entre as partes em conflito.
O quarto ponto destaca a proibição do uso de armas de destruição em massa e a necessidade de evitar uma crise nuclear. No quinto ponto, China e Brasil se opõem a ataques contra usinas nucleares e outras instalações atômicas civis. Por fim, o documento pede que o mundo não seja dividido em blocos políticos ou econômicos fechados.