EUA

Mídia: diplomatas europeus estão 'com medo' após vitória de Trump; Kiev pode perder apoio

Líderes europeus prometeram trabalhar com Donald Trump depois que ele declarou vitória na eleição presidencial dos EUA, mesmo diante da angústia com as implicações de seu retorno à Casa Branca, como uma economia mais protecionista.

Publicado em 06/11/2024 às 10:46

De acordo com o Financial Times (FT), nesta quarta-feira (6), após a projeção da vitória de Trump a partir dos resultados que evidenciam sua vitória nos estados decisivos, líderes europeus manifestaram sua "ansiedade" em trabalhar com o futuro 47º presidente norte-americano.

Depois que Trump prometeu interromper a ajuda militar à Ucrânia em seu esforço de guerra contra a Rússia e ameaçou retirar o apoio dos EUA aos aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que não gastassem o suficiente em defesa, anunciando ainda impor tarifas gerais de até 20% sobre as importações europeias, a Europa traçou uma perspectiva temerosa sobre um possível retorno do republicano à liderança em Washington.

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, ex-primeiro-ministro holandês, disse que estava ansioso para "trabalhar com [Trump] novamente", lembrando ao presidente eleito que a aliança ajudou "a promover os interesses dos EUA, multiplicar o poder norte-americano e manter os norte-americanos seguros".

Segundo a apuração, depois que Trump demonstrou ser vitorioso nos estados-chave, tanto no voto popular quanto nos colégios eleitorais, diplomatas ouvidos pelo FT manifestaram preocupação de que o futuro presidente fique ainda mais encorajado em sua agenda America First (América Primeiro).

Um alto funcionário da UE envolvido nas negociações de um gabinete de crise do bloco, criadas em função de uma potencial presidência de Trump, chegou a afirmar ao FT estar "com medo".

A presidente da Comissão Europeia e ex-ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen, pediu a Trump que "trabalhasse junto em uma parceria transatlântica que continuasse a render para nossos cidadãos", observando que "milhões de empregos e bilhões em comércio e investimento" dependiam dos laços econômicos UE-EUA.

Protagonizando a eleição mais cara da história dos EUA e o maior "retorno político" já visto no país, segundo analistas, Trump fez muitas promessas duras durante sua campanha, que agora se chocam contra o ceticismo daqueles que desacreditavam de seu retorno, preocupando os que acreditam que sua vitória grandiosa contra a candidata democrata e vice-presidente Kamala Harris, possa fazer com que suas promessas se tornem realidade.