Quase metade dos fuzis apreendidos no Rio vem dos EUA, diz secretário
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O secretário de segurança pública do estado do Rio de Janeiro, Victor dos Santos, disse nesta terça-feira (29) que 47% de todos os fuzis já entenderam ao longo deste ano em municípios fluminenses foram fabricados nos Estados Unidos. Ele garantiu que já há informações de inteligência sobre o caminho que esses armamentos percorrem até chegar ao Brasil. Ainda assim, surgiram dificuldades para se enfrentar o problema.
"O desafio não é pequeno. Temos mais de 17 mil quilômetros de fronteira seca. Mais de 7,5 mil quilômetros de fronteira marítima. O Brasil é um país de dimensões continentais. A gente vê outros países com recursos muito maiores que o Brasil e não podemos sequer fechar uma fronteira por conta de imigração. Então a dificuldade é grande", afirmou.
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Segundo Victor dos Santos, o Brasil deve fazer gestões com qualquer país que figure como local de origem das armas que estão chegando ao Rio de Janeiro. "A gente sabe que uma grande parte desses fuzis vem dos Estados Unidos. Muitos deles vão de forma legal para outros países e depois são desviados para cá. Vamos procurar fazer um trabalho junto ao Consulado. Talvez contar com uma representação junto ao ATF [Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos dos Estados Unidos], que é uma agência que fiscaliza e reprime esse tipo de crime", explicou.
Grupo de Trabalho
Aprofundar o entendimento sobre a rota dos armamentos será uma das tarefas do grupo de trabalho que será composto por representantes das forças de segurança do estado e do Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP). Sua criação foi definida em reunião ocorrida nesta terça-feira (29) para tratar dos episódios de violência registrados na semana passada, quando três inocentes foram mortos durante confronto entre policiais e organizações criminosas na Avenida Brasil, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro .
O foco central do novo grupo de trabalho é a investigação das finanças das organizações criminosas e a retomada dos territórios.
"Estamos pensando agora muito mais na estruturação de uma rede de inteligência que possa entender e analisar a economia do crime em determinados territórios. E a partir daí, substituiremos essa economia pela economia do Estado, pela economia legal, que gera renda e gera também impostos para o Estado, de forma que possamos ter uma sociedade civil organizada, que é o que todos nós reforçamos", explicou o secretário nacional de segurança pública do MJSP, Mário Luiz Sarrubbo.
"Não se trata mais de pensar só em operação policial. Queremos saber para onde está indo esse dinheiro e de onde ele vem. Qual é o ciclo econômico que domina determinado território? Como tantos fuzis chegam ao Rio de Janeiro? Nós já sabemos o caminho , então também vamos trabalhar nesse campo. É muito fuzil para pouco metro quadrado”, acrescentou. Sarrubbo avaliou ainda que o fuzil "é um símbolo do domínio territorial" e que o cenário atual exige um enfrentamento mais qualificado.