JUSTIÇA

Depoimentos de réus pelo assassinato de Marielle terminam no STF

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Publicado em 29/10/2024 às 20:03

O gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encerrou nesta terça-feira (29) a fase de depoimentos dos cinco réus na ação penal que trata do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018, no Rio de Janeiro.

Com o encerramento das oitivas, que foram conduzidas pelo desembargador Airton Vieira, auxiliar de Moraes, a fase de instrução oral foi encerrada. A partir de agora, as defesas e a acusação terão prazo de cinco dias para exigirem as diligências que acharem pertinentes para o andamento do processo. 

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Ainda não há dados para o julgamento definitivo do caso. 

Os depoimentos dos réus foram obtidos no dia 21 deste mês. Em setembro, foram ouvidas as testemunhas arroladas pelas defesas dos acusados ​​e pela acusação, que foi feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). 

Major Ronald

O último depoimento no processo foi realizado nesta terça-feira (29). O major da Polícia Militar Ronald Alves de Paula negou ter realizado trabalho de monitoramento da rotina de Marielle Franco antes do assassinato da vereadora. 

O militar está preso no presídio federal de Brasília e prestou depoimento na condição de réu na ação penal. 

Questionado pelo juiz que concedeu a audiência sobre sua participação no crime, Ronald disse que não conhecia a vereadora, nem realizou o monitoramento da rotina dela.

“Com todo respeito à família, eu nunca tinha ouvido falar o nome de Marielle”, afirmou.

Ele também negou ter ligação com o crime e afirmou que passou o dia do assassinato em um curso de formação da PM. 

“Sou inocente de todas as acusações que me foram impostas”, completou. 

Acusados 

Além de Ronald, são réus no processo o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, irmão de Chiquinho, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e Robson Calixto, ex-assessor de Domingos.

Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa e estão presos pela determinação de Alexandre de Moraes, relator do caso. 

Nos depoimentos prestados durante a instrução, os irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa negaram participação no assassinato.

De acordo com a investigação realizada pela Polícia Federal, o assassinato de Marielle está relacionado ao posicionamento contrário do parlamentar aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão , que têm ligação com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio.

Conforme a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa , réu confesso de realizar os disparos de arma de fogo contra a vereadora, os irmãos Brazão atuaram como os mandantes do crime .

Jurisprudência

Lessa e o ex-policial Élcio Queiroz, acusado de dirigir o carro usado no crime , vão ao júri popular nesta quarta-feira (30) pelo assassinato de Marielle e Anderson. O início do julgamento do Tribunal do Júri da Comarca do Rio de Janeiro foi marcado para as 9h.

O Ministério Público do Rio defende hoje que os acusados ​​sejam condenados a 84 anos de prisão