Pesquisa revela potenciais terapêuticos da banana em estudo científico
O conhecimento científico é responsável por avanços significativos em diversas áreas. O olhar científico aliado ao conhecimento dão origem a descobertas científicas inovadoras, que têm, muitas vezes, proximidade com nosso dia a dia. É o caso da pesquisa “Extração de lectinas da banana e avaliação do efeito no sistema imunológico de ratos”, realizada em uma parceria entre a Uesb, a Universidade Federal de Lavras (Ufla) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que tem como protagonista a banana, alimento recorrente na mesa de milhares de brasileiros diariamente.
A BanLec, uma lectina encontrada na banana, abre novas possibilidades para o desenvolvimento de fármacos, além de revelar potencial de regular as reações imunológicas de um organismo, podendo transformar o tratamento de várias condições médicas. As lectinas são proteínas que desempenham papéis importantes em várias funções biológicas, incluindo reconhecimento celular, interação célula-célula e resposta imunológica. A Banlec, lectina natural presente na banana, possui a capacidade de se ligar a açúcares específicos, como a manose e a glicose.
Os pesquisadores desenvolveram uma nova matriz cromatográfica, material utilizado para separar e purificar compostos químicos com base em suas propriedades físicas e químicas, para purificar a BanLec, facilitando sua análise e potencial aplicação. A purificação dessa lectina foi realizada permitindo sua coleta e estudo detalhado.
Os pesquisadores identificaram que a proteína na banana não só possui propriedades antivirais, como também pode ter um efeito positivo no sistema imunológico, agindo como um imunomodulador. Isso abre portas para novas terapias, especialmente para condições que requerem um impulso no sistema de defesa do corpo.
“A pesquisa utilizando a proteína da banana da terra é de suma importância pois a fruta possui amplo nutricional mundial e ampla aplicação industrial principalmente na indústria farmacêutica. Uma vez que, essa proteína conseguir inibir a infecção e proliferação de alguns vírus como o HIV, possui atividade antitumoral, antibacteriana e promove ativação do sistema imunológico”, aponta Ivoneia do Nascimento, doutoranda do curso de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências de Alimentos.
Os primeiros resultados dos testes mostram que a BanLec purificada teve um efeito positivo no sistema imunológico de camundongos, sugerindo seu potencial para aplicações terapêuticas. O desenvolvimento da matriz cromatográfica e a purificação eficiente da lectina possibilitam a sua aplicação prática e pode ser explorada na criação de biossensores para detecção de patógenos ou biomarcadores.
Além disso, suas propriedades imunomoduladoras podem levar à criação de novos medicamentos que ajudam a modular a resposta imune em doenças autoimunes ou infecções virais. Com potenciais aplicações em farmacologia e diagnósticos, a BanLec pode ser a chave para novas terapias e ferramentas de diagnóstico, consolidando a importância dessa proteína na inovação médica.