Banco Central da China inicia transações com títulos após alertas sobre frenesi do mercado
O Banco Central da China arregaçou as mangas e entrou no mercado de títulos, encerrando meses de especulação sobre quando começaria a negociar papéis do Tesouro.
O Banco do Povo da China (PBOC, na sigla em inglês) informou, nesta sexta-feira, que comprou títulos do governo de curto prazo e vendeu títulos de longo prazo por meio de operações no mercado aberto com operadores primários em agosto, o que resultou em uma compra líquida de 100 bilhões de yuans em notas do Tesouro, o equivalente a cerca de US$ 14 bilhões. O banco não especificou os prazos ou datas dos títulos.
As autoridades alertavam há meses sobre os riscos financeiros representados pelo frenesi de títulos da China, criando preocupações de que uma reversão repentina no mercado poderia incorrer em perdas acentuadas para os investidores que carregam os papeis.
Os títulos do governo chinês estão em um rali prolongado, pois uma fuga para a segurança alimenta o apetite por ativos de baixo risco em meio a preocupações estruturais sobre a economia da China.
Antes do anúncio de sexta-feira, o PBOC começou fazer testes sobre a exposição ao risco de algumas instituições financeiras às participações em títulos. Em julho, o banco central assinou acordos com grandes corretoras para tomar emprestado "centenas de bilhões" de yuans em títulos do governo e disse que estava pronto para vender.
De acordo com a lei chinesa, o PBOC não tem permissão para negociar diretamente títulos do governo em mercados primários e geralmente se absteve de tais transações em mercados secundários nas últimas duas décadas. Em outras partes do mundo, a negociação de títulos tem sido usada por muitas economias avançadas para gerenciar a liquidez e orientar os rendimentos de longo prazo.