Juro médio no crédito livre cai para 39,3% em julho, diz BC; cheque especial recua a 127,8%
A taxa média de juros no crédito livre recuou de 39,4% em junho (dado revisado) para 39,3% em julho, informou o Banco Central nesta quinta-feira, 29. Em julho de 2023, a taxa era de 43,8%.
Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 51,7% para 51,2% ao ano.
No segmento de pessoas jurídicas, a taxa passou de 20,9% para 21,2%.
Cheque especial
O juro do cheque especial caiu de 131,3% ao ano em junho (dado revisado) para 127,8% ao ano em julho.
No crédito pessoal, a taxa passou de 40,2% para 40,6% ao ano no período.
Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).
Veículos
Os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros ficaram estáveis, em 25,5%.
Operações livres e direcionadas
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), oscilou de 27,6% ao ano em junho para 27,7% ao ano em julho. No mesmo mês de 2023, estava em 31%.
ICC
O Indicador de Custo de Crédito (ICC) passou de 21,8% para 21,6%. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.
Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
Spread
O spread em operações de crédito apresentou leve recuo em julho. Dados divulgados pelo Banco Central mostram que o spread bancário médio no crédito livre passou de 28,1 pontos porcentuais (pp) em junho (dado revisado) para 28,0 pp em julho.
No segmento pessoa física, o spread passou de 40,2 para 39,7 pontos porcentuais entre os dois meses. Para pessoa jurídica, o spread médio subiu de 9,9 pp para 10,1 pontos porcentuais na passagem de junho para julho.
O spread é calculado com base na diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é efetivamente cobrado dos clientes finais (famílias e empresas) em operações de crédito.
O spread médio do crédito direcionado passou de 4,2 pontos porcentuais em junho para 4,8 pp em julho. Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) foi de 18,3 pp para 18,5 pontos porcentuais entre os dois meses.
Inadimplência
A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos caiu 0,01 ponto porcentual entre junho e julho, de 4,5% (dado revisado) para 4,4%, informou o Banco Central. A inadimplência de pessoas físicas seguiu em 5,5% de um mês para o outro, enquanto a taxa das empresas foi de 3,1% (dado revisado) para 2,9%.
No crédito direcionado, com recursos da poupança e do BNDES, a inadimplência total seguiu em 1,4% de um mês para o outro.
Considerando o crédito livre e o direcionado, a inadimplência também permaneceu em 3,2% no período.
Endividamento das famílias
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou o mês de junho em 47,6%, o mesmo patamar visto em maio. O recorde da série histórica do Banco Central ocorreu em julho de 2022 (50,1%). Descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento permaneceu em 29,8% de um mês para o outro.
O Desenrola Brasil terminou em maio, beneficiando 15,06 milhões de pessoas com a negociação de R$ 53,07 bilhões em dívidas, ou 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo o Ministério da Fazenda, houve redução de 8,7% da inadimplência entre a população mais vulnerável do País, público prioritário do programa. Deste grupo, foram alcançados 5 milhões de pessoas, com a negociação de R$ 25,43 bilhões em débitos
Conforme os dados do BC para o mês de junho, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou junho em 26,00%. Em maio, o porcentual era de 25,8%. O recorde da série foi registrado em junho de 2023, com 28,4%. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda variou de 23,7% para 24,0% na passagem de maio para junho.