Deflação em Alimentação faz Fipe reduzir projeção para o IPC de agosto, de 0,27% para 0,22%
O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe), Guilherme Moreira, reduziu sua projeção para a alta do índice no final do mês, de 0,27% para 0,22%, como reflexo do grupo Alimentação, que segue com comportamento negativo (de -0,95% na primeira quadrissemana para -0,91% na segunda) puxado pelos alimentos in natura.
Na última quadrissemana, os alimentos in natura registraram queda de 5,99% nos preços. Segundo o coordenador do IPC-Fipe, porém, a tendência é de que o fim do inverno e o retorno do calor faça os preços destes produtos subirem novamente.
Com isso, a expectativa é de que o grupo Alimentação encerre o mês com queda de 0,31%. "A tendência é que caminhe para um zero de agora em diante", frisa Moreira. "Então, já em setembro, Alimentação deve começar perto de zero e subir por conta dos alimentos in natura."
Por outro lado, Moreira destaca que o grupo de Transportes (1,17% para 1,36%) foi o maior contribuinte para a aceleração de 0,18% na segunda quadrissemana de agosto, influenciado pelos reajustes da Petrobras nos preços de combustíveis. "Ainda veremos o aumento da gasolina por um bom tempo", pontua.
Segundo a Fipe, na ponta, a gasolina subiu 4,39%, e o etanol, 5,04%.
"Transportes está com uma contribuição de 0,2 ponto porcentual no índice. Se Alimentação não tivesse tirado um pouquinho, a aceleração teria sido bem maior", afirma.
Além disso, Moreira aponta que é importante continuar de olho no grupo de Alimentação, uma vez que os industrializados dependem de fatores como indústria, energia, câmbio, enquanto os in natura, das questões climáticas. "É o grupo que tem maior peso no índice", ressalta.