LEI DO IMPERADOR

Desabafo de Catarina Falcão expõe humilhação como contratada na prefeitura de Palmeira dos Índios;VÍDEO

Por Redação Publicado em 16/08/2024 às 11:47

A voz de Catarina Falcão ecoou nas redes sociais com um desabafo contundente sobre as dificuldades e humilhações que enfrentou enquanto prestadora de serviços na prefeitura de Palmeira dos Índios, comandada pelo prefeito-imperador Júlio Cezar. Em um relato detalhado e carregado de emoção, Catarina revelou o sofrimento vivido como contratada e a frustração ao ser dispensada de forma humilhante, mesmo após demonstrar dedicação extrema em suas funções.

O relato de uma servidora humilhada


Catarina Falcão, que trabalhou na Junta Militar de Palmeira dos Índios, compartilhou com seus seguidores uma experiência amarga, destacando a precariedade e a insegurança enfrentadas por contratados no serviço público municipal. "Antes de eu ir para Maceió, eu trabalhei na Junta Militar, era contratada pela prefeitura. Já sabe, né? Quem é contratada... Não faça um débito, porque de uma hora para outra você é dispensado e nem avisam, nem nada," desabafou Catarina, referindo-se à instabilidade de seu emprego.

Durante seu relato, Catarina revelou que, ao ser colocada na Junta Militar, se dedicou intensamente para se adaptar às exigências do trabalho, que envolvia lidar com processos administrativos e utilizar sistemas informatizados, mesmo sem ter recebido treinamento adequado. “Tirei dinheiro de onde eu não tinha, porque ainda não tinha recebido nem o primeiro salário pra pagar, enfim. Dei conta do serviço. Com oito dias, parecia que eu tinha trabalhado lá a vida inteira,” relatou, mostrando o esforço pessoal para desempenhar bem suas funções.

A humilhação diante do prefeito


Apesar de todo o esforço e dedicação, Catarina foi surpreendida ao ser dispensada sem qualquer justificativa clara, enquanto outros colegas, que segundo ela eram menos comprometidos, permaneceram em seus postos. “Na hora do peneirão, eu saí. Eu fui falar com o excelentíssimo, o atual prefeito. Chego lá... Aí pronto, lá vem a humilhação,” contou. O encontro com o prefeito Júlio Cezar, descrito como uma figura inacessível e distante, foi o ponto alto do seu desabafo, onde ela expressa o sentimento de ser tratada como uma pessoa inferior, sem importância para a administração.

Catarina narrou como passou dias tentando ser readmitida, conforme o prefeito havia prometido, mas acabou sendo vítima de um jogo de empurra-empurra dentro da própria administração. “Eu passei uma semana atrás de fulana. Fulana botando eu pra rodar de coxente. Se o homem mandou eu voltar, por que ele não tá me botando?” indagou, expondo o que chamou de “máfia” dentro da gestão municipal, onde interesses pessoais parecem sobrepor-se ao mérito e à competência.

O peso do desprezo e a luta por dignidade


O relato de Catarina vai além da simples indignação por ter perdido o emprego. Ele revela um sistema de relações de poder abusivas, onde os mais vulneráveis são tratados com desprezo e humilhação. “O miserável, quem é que volta no poder, fica lá esperando o dia todinho,” disse, referindo-se à dificuldade de ser atendida pelo prefeito e pela administração, mesmo após horas de espera e tentativas infrutíferas de resolver sua situação.
O desabafo, marcado por um tom de desilusão e cansaço, reflete a realidade de muitos trabalhadores contratados que, assim como Catarina, enfrentam diariamente a incerteza de seus empregos e a falta de reconhecimento, mesmo quando se dedicam de corpo e alma ao serviço público. “Quantas vezes eu não tinha dinheiro pra sair de lá, vou jantar do ar pra aqui, né? Não tinha dinheiro pra vender mototáxi, tinha que pegar emprestado, tinha que pegar moto emprestada pra chegar no horário, sabe?”, relembrou Catarina, evidenciando o sacrifício pessoal que fez em nome de seu trabalho.

A indiferença como resposta


No desfecho de sua narrativa, Catarina relata um encontro final com o prefeito, no qual se sentiu completamente desprezada. “Já tô sabendo aí, Galega, do seu problema com o rapaz de lá. Depois eu vejo isso aí,” teria dito o prefeito, com uma indiferença que a fez sentir-se profundamente injustiçada e humilhada. A resposta fria e evasiva, proferida em meio a outras pessoas, foi o que mais marcou Catarina, que se viu impotente diante da situação.

“O povo ficou besta. Até hoje eu encontro gente que diz que não sabe por quê,” concluiu, ao falar sobre a perplexidade das pessoas que conheciam seu trabalho e não entendiam o motivo de sua demissão.

O caso de Catarina Falcão, infelizmente, não é isolado. Ele evidencia uma realidade dura enfrentada por muitos contratados no serviço público, especialmente em pequenos municípios onde o poder político é exercido de forma autoritária e sem transparência. A exposição pública dessa humilhação serve como alerta para a necessidade de se repensar as práticas de gestão e contratação nas administrações municipais, buscando garantir maior justiça e dignidade aos trabalhadores.