INSTRUÇÃO NORMATIVA

Justiça declara impedimento de negociação em 7 mil hectares de terras indígenas em Palmeira

Instrução normativa foi declarada inconstitucional e está proibida a compra e venda de qualquer terreno na área demarcada

Por Redação Publicado em 16/08/2024 às 08:00

A decisão da 8ª Vara Federal de Alagoas suspendendo a obra do Parque Aquático trouxe à tona um fato de grande relevância: mais de 7 mil hectares de terras demarcadas no município de Palmeira dos Índios não podem ser negociados sob nenhuma circunstância. Essa determinação surge após a descoberta de que o Município havia conduzido negociações para a viabilização do parque aquático em áreas pertencentes ao território indígena Xukuru-Kariri, violando normas constitucionais.


O caso, julgado pela juíza Camila Monteiro Pullin, revelou que o município de Palmeira dos Índios, juntamente com empreendedores privados, estava tentando justificar suas ações com base na Instrução Normativa 009/2020 da FUNAI, que já havia sido anulada em 2023 por ser considerada inconstitucional. Essa instrução normativa tentava flexibilizar a proteção das terras indígenas, permitindo negociações que a Constituição não autoriza.


A decisão da juíza foi clara ao reforçar que as terras indígenas são inalienáveis e indisponíveis, o que significa que qualquer tentativa de negociar, vender ou urbanizar essas áreas demarcadas é ilegal. A juíza determinou a imediata suspensão de todas as atividades de construção e urbanização nas terras em questão, reafirmando a proteção dos direitos dos povos indígenas sobre suas terras tradicionais.


A revelação de que mais de 7 mil hectares de terras em Palmeira dos Índios são legalmente protegidos e não podem ser negociados gera um impacto significativo para a administração municipal e para os planos de desenvolvimento urbano na região. Essa decisão não só impede o avanço de projetos que estavam em andamento, como também coloca em questão a legalidade de ações já realizadas na área.


Para o prefeito-imperador, Júlio Cezar, e sua administração, essa descoberta representa um grande desafio. Eles terão que reavaliar completamente seus planos e estratégias de desenvolvimento, garantindo que estejam em total conformidade com as leis que protegem as terras indígenas.


A decisão da Justiça Federal de Alagoas não apenas protege os direitos dos povos indígenas, mas também envia uma mensagem clara sobre a inviolabilidade das terras demarcadas. Em Palmeira dos Índios, a revelação de que mais de 7 mil hectares são protegidos legalmente exige uma reavaliação cuidadosa das políticas e planos do município, reafirmando a necessidade de respeito absoluto às normas constitucionais e aos direitos dos povos originários.