Tragédia no RS não elevou significativamente taxa de desemprego no Estado, avalia IBGE
A tragédia que se abateu sobre o Rio Grande do Sul não elevou significativamente a taxa de desemprego no Estado. Porém, o fechamento de estabelecimentos empresariais por conta das inundações pode ter desestimulado um aumento na procura por emprego na região num primeiro momento, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Isso pode sim ter freado um aumento mais significativo da procura por trabalho", disse Beringuy.
A taxa de desemprego no Rio Grande do Sul teve variação dentro da margem de erro da pesquisa, ou seja, considerada estatisticamente não significativa: passou de 5,8% no primeiro trimestre de 2024 para 5,9% no segundo trimestre de 2024.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados pelo IBGE.
"No Rio Grande do Sul, não houve aumento da população ocupada. Por outro lado, também não houve redução significativa, como alguns a priori poderiam imaginar", frisou a coordenadora. "A gente observou nos indicadores disponíveis um leve aumento na população fora da força de trabalho."
No segundo trimestre, houve dispensa de 35 mil trabalhadores no Rio Grande do Sul, uma redução de 0,6% no número de ocupados no estado ante o primeiro trimestre do ano, variação dentro da margem de erro da pesquisa.
A população desocupada aumentou em três mil pessoas, alta de 0,8% em um trimestre, também dentro da margem de erro. Já a população inativa absorveu mais 91 mil pessoas, aumento de 2,8%, variação tampouco considerada estatisticamente significativa pelo IBGE.
"Esses movimentos conjugados podem sim ter contribuído para essa estabilidade relativa da taxa no Rio Grande do Sul", disse Beringuy.
A pesquisadora assegurou que a coleta da Pnad Contínua foi mantida no Estado, sem prejuízo aos resultados, graças a uma mobilização intensa da equipe do IBGE mesmo nos momentos mais críticos da tragédia.