MERCADO FINANCEIRO

Déficit em C/C de junho foi o maior para o mês desde 2014, diz Fernando Rocha, do BC

Publicado em 25/07/2024 às 09:04
Déficit em C/C de junho foi o maior para o mês desde 2014, Reprodução

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destacou que o déficit em conta corrente de junho, que foi de US$ 4,029 bilhões, é o maior para o mês desde 2014, quando foi registrado um rombo de US$ 5,4 bilhões.

Ele também destacou que houve uma redução no superávit comercial no mês de junho, que ficou da casa de US$ 6 bilhões, o menor resultado para o mês desde 2019.

"Há uma ligeira redução nas exportações, um aumento nas importações, os dois movimentos são no mesmo sentido de redução do superávit comercial. No caso das exportações, temos uma desaceleração na quantidade exportada, crescendo com taxas menores e uma redução nos preços. No caso das importações, temos um aumento também na quantidade de mercadorias importadas", disse, destacando a importação de veículos, especialmente veículos elétricos.

Serviços

Fernando Rocha destacou que o déficit em conta corrente no primeiro semestre de 2024 foi puxado pela conta de serviços. Ele ressaltou que o resultado, negativo em US$ 18,691 bilhões, é "bastante baixo".

"A principal rubrica que contribuiu para o aumento do déficit acumulado no primeiro semestre foi a rubrica de serviços, com aumento de 27,3% no déficit de serviços. Já o superávit comercial se reduziu 9,9%", explicou.

Apesar da redução do superávit, causada por um crescimento maior das importações do que o avanço das exportações, ainda assim as exportações no acumulado do primeiro semestre cresceram 0,6%. "Esse valor exportado no primeiro semestre de US$ 69,2 bilhões é o maior da série histórica do Banco Central para primeiros semestres de cada ano", disse.

"O déficit externo do País permanece em valores baixo - ainda que a gente tenha visto aumento nos últimos quatro meses - e permanece sendo integralmente financiado pelo ingresso de capitais estrangeiros de longo prazo, especialmente os Investimentos Diretos no País, mostrando uma tranquilidade muito grande das contas externas brasileiras", completou.