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Kat Torres, ex-modelo e influenciadora brasileira, condenada por tráfico humano e escravidão

Publicado em 15/07/2024 às 14:20
Kat Torres, ex-modelo e influenciadora brasileira, condenada por tráfico humano e escravidão Reprodução

Kat Torres, uma ex-modelo e influenciadora brasileira, foi condenada a oito anos de prisão por submeter uma mulher a tráfico humano e condições análogas à escravidão. A sentença foi proferida em 28 de junho de 2024, e outras investigações sobre acusações similares contra Torres estão em andamento no Brasil.

A história de Torres começou a desmoronar quando duas jovens brasileiras foram dadas como desaparecidas em setembro de 2022. As famílias das vítimas e o FBI iniciaram uma busca desesperada, descobrindo que as jovens estavam morando com Torres nos EUA.

A influenciadora, que já conheceu Leonardo DiCaprio e apareceu em capas de revistas internacionais, usou sua fama e influência para atrair seguidoras que acabaram sendo exploradas. Um documentário intitulado "Do like ao cativeiro: ascensão e queda de uma guru do Instagram" detalha a trajetória e os crimes de Torres.

Ana, uma das vítimas que conheceu Torres pelo Instagram em 2017, foi fundamental para o resgate das jovens desaparecidas. Ela revelou ter sido atraída pela trajetória de superação de Torres, que se apresentava como uma pessoa espiritual e confiável.

As investigações revelaram que Torres, após frequentar círculos de ayahuasca em Hollywood, começou a perder o controle. Ela passou a atrair seguidoras mais vulneráveis, prometendo-lhes sucesso e bem-estar em troca de trabalho e dinheiro.

Em 2019, Ana se mudou para Nova York para trabalhar como assistente de Torres, mas acabou sendo submetida a condições deploráveis e nunca foi paga. Sua situação se deteriorou a ponto de se sentir presa e explorada.

Torres continuou a atrair outras jovens, como Desirrê Freitas e Letícia Maia, usando manipulação emocional e ameaças espirituais. As vítimas eram forçadas a trabalhar como strippers e prostitutas, entregando todo o dinheiro a Torres.

O FBI, após receber denúncias de ex-clientes de Torres, conseguiu resgatar Desirrê e Letícia. A polícia encontrou perfis das mulheres em sites de acompanhantes, confirmando as suspeitas de exploração sexual.

Durante uma entrevista à BBC na prisão, Torres negou todas as acusações, mas evidências contundentes levaram à sua condenação. Mais de 20 mulheres relataram ter sido enganadas ou exploradas por Torres, muitas das quais ainda estão em tratamento psiquiátrico.

O advogado de Torres, Rodrigo Menezes, afirmou que recorreu da condenação e insiste na inocência de sua cliente. Entretanto, novas investigações continuam, e outras vítimas podem surgir.

Ana espera que sua história e a de outras vítimas sirvam de alerta sobre os perigos de influenciadores que exploram seguidores vulneráveis. Desirrê também reflete sobre suas experiências em seu livro, destacando a importância de estar atento a sinais de exploração.