‘ENGODO’

Representante das vítimas da Braskem diz que JHC não depositou um centavo ao Fundo de Amparo aos Moradores

Por Cinara Corrêa com agencias Publicado em 12/07/2024 às 06:30
Representante das vítimas da Braskem diz que JHC não depositou um centavo ao Fundo de Amparo aos Moradores Reprodução

O Movimento Unificado de Vítimas da Braskem (MUVB) fez duras críticas à Prefeitura de Maceió e ao prefeito JHC, por ele não ter destinado recursos ao Fundo de Amparo aos Moradores (FAM), criado em julho de 2023 e que recebeu sede somente na sexta-feira, 05, último prazo para que o prefeito pudesse entregar obras públicas, segundo a legislação eleitoral.


Localizado no Benedito Bentes, em Maceió, a sede do FAM conta com uma estrutura que promete garantir uma série de ações assistenciais aos moradores atingidos pelo afundamento de solo provocado pela mineradora Braskem em Maceió. O lançamento do prédio-sede contou com a participação de prefeitos e de entidades ligadas a moradores.


Alexandre Sampaio, representante do MUVB, disse, no entanto, que o Fundo é um engodo criado para garantir a proximidade da prefeitura com associações e entidades que apoiam a gestão de JHC. "É um engodo para manter o cabresto de associações que apoiam a prefeitura, mas sem benefícios reais para moradores e empresários. O levantamento da Defensoria Pública mostra que não foi depositado um centavo no FAM", comentou Sampaio.


Alexandre fala sobre a ação impetrada na Justiça pela Defensoria Pública do Estado que mostra que o Fundo não recebeu nenhum tipo de verba ou recurso. A DPE quer que o prefeito JHC deposite no FAM R$ 250 milhões que o município tem a receber da Braskem, no dia 15 de julho, oriundos do acordo socioambiental celebrado entre as duas partes.


A criação do Fundo de Amparo ao Morador (FAM) surge como desdobramento do acordo de reparação ambiental firmado entre a Prefeitura de Maceió e a Braskem, cuja homologação pela Justiça Federal contou com o aval do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público de Alagoas (MPAL).


O programa é administrado por um comitê que aborda questões como apoio financeiro às vítimas, isenção tributária, suporte jurídico e psicossocial para residentes e empresários das áreas afetadas.


A Braskem é responsável por danos a 60 mil pessoas e pela evacuação de 14 mil residências desde 2019, após o início do afundamento de solo que culminou em um dos maiores crimes ambientais em área urbana do mundo. Nesse ano, as atividades de mineração da empresa foram identificadas como a causa das rachaduras que afetaram imóveis e o solo em diversos bairros de Maceió.