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IBGE avalia que 1º trimestre teve conjunção de fatores favorecendo consumo das famílias

Publicado em 04/06/2024 às 12:48

O mercado de trabalho aquecido foi um dos fatores a impulsionar o consumo das famílias a novo recorde no primeiro trimestre, segundo os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,5% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023, como resultado de uma melhora no mercado de trabalho, mas também de reduções nas taxas de juros e na inflação, em meio à manutenção de programas de governo de transferências de renda.

"Nesse trimestre, a gente vê uma conjunção de coisas favorecendo o consumo das famílias. A inadimplência continua alta, mas diminuiu com o programa de governo Desenrola. A gente tem continuação de vários programas de transferência de renda às famílias. O próprio mercado de trabalho está tendo crescimento não só de emprego, mas também da massa salarial nas mãos das famílias, o que aumenta a renda disponível para gastar. Os juros e a inflação estão mais baixos. O crédito às famílias está crescendo também", enumerou Rebeca Palis, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Outro destaque positivo na atividade econômica, sob a ótica demanda, foi a expansão de 4,1% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. O avanço foi puxado pela alta na importação de bens de capital, pelo aumento no desenvolvimento de softwares e por uma expansão na construção, enquanto a produção nacional de bens de capital permanece com perdas ante o ano anterior.

"A trajetória de queda da taxa de juros ajuda a FBCF. E teve a valorização do real, que ajudou nas importações de bens de capital", justificou Palis.

O setor externo contribuiu negativamente para o avanço do PIB no primeiro trimestre. As exportações subiram apenas 0,2% ante o quarto trimestre de 2023, enquanto as importações aumentaram 6,5%, favorecidas pelo câmbio, disse a pesquisadora.

"O PIB cresceu por conta da demanda interna", frisou Palis.