ARQUEOLOGIA

Desenterrados no Egito restos de templo do deus Sol com 4.500 anos

Escavação em Abu Ghurab revela templo dedicado a Rá, artefatos raros e indícios de rituais religiosos no Antigo Egito.

Por Sputinik Brasil Publicado em 19/12/2025 às 08:41
Arqueólogos revelam templo solar de 4.500 anos dedicado a Rá em Abu Ghurab, próximo ao Cairo. © Foto / Marcus Müller/Eberhard Karls Universidade de Tubinga

Arqueólogos egípcios descobriram os restos de um templo do Sol com 4.500 anos de antiguidade em Abu Ghurab, a cerca de 16 quilômetros ao sudoeste do Cairo. O templo foi erguido em homenagem ao deus solar Rá, conforme divulgado pelo portal Live Science.

A descoberta faz parte da continuidade das escavações iniciadas em 2024. O local já havia sido estudado em 1901 pelo egiptólogo alemão Ludwig Borchardt, que interrompeu os trabalhos devido ao alto nível do lençol freático, segundo o Live Science.

Situado próximo ao rio Nilo, o templo apresenta estrutura dividida em duas partes: uma na colina e outra no vale, conectadas por um montículo.

Durante as escavações, foram encontrados diversos artefatos, como restos de um pórtico com colunata e blocos esculpidos com um calendário de eventos religiosos, mencionando festividades em homenagem a deuses como Sokar e Min. Essas festas eram essenciais na vida egípcia antiga, e os blocos representam alguns dos mais antigos exemplos conhecidos de calendários públicos.

O arqueólogo Massimiliano Nuzzolo, líder da equipe, destacou que o templo do vale servia como ancoradouro para barcos vindos do Nilo ou de seus canais. Para acessar o templo superior, os peregrinos subiam uma rampa. Também foi descoberta uma escada levando ao telhado, que, segundo os pesquisadores, era utilizada para observações astronômicas.

Após cerca de um século de uso, o templo do vale foi convertido em área residencial. No local, foram achadas figuras de madeira do jogo de tabuleiro senet, popular no Egito Antigo. Achados semelhantes já foram encontrados em lugares como o túmulo de Tutancâmon, indicando que a área passou a integrar a vida cotidiana dos egípcios.