'Lugar de igualdade': como tumbas irlandesas podem mudar conhecimento sobre mundo antigo? (FOTOS)

Pesquisas recentes estão abalando as teorias estabelecidas sobre os túmulos neolíticos da Irlanda, o que antes era considerado um local de sepultamento real agora é relatado como locais onde as comunidades se reuniam, não dinastias, relata a revista Archaeology News.
A revista destaca que, embora as teorias anteriores afirmassem que as tumbas eram de famílias influentes, talvez com poderes herdados, novos fatos contrariam esse pensamento.

"Não podemos dizer que essas tumbas eram os locais de descanso final de uma linhagem dinástica que restringia o acesso ao 'sepultamento' nessas tumbas a seus parentes", ressalta a publicação, citando a equipe de pesquisa.
O estudo mostrou que não eram os parentes próximos que eram enterrados juntos nos túmulos, mas sim pessoas distantes ou sem parentesco.

Isso refuta a hipótese do poder da elite sobre os direitos de sepultamento e aponta para uma ideia mais ampla de comunidade.
"Esses sepultamentos eram mais do que simples túmulos. Eram pontos de encontro onde as pessoas se reuniam para trabalhar, festejar e praticar rituais. Algumas das tumbas foram usadas por muitos séculos", enfatiza o artigo.
Por volta de 3600 a.C., as práticas funerárias irlandesas mudaram de pequenas tumbas para parentes próximos para tumbas de passagem maiores e mais complexas, que incluíam uma mistura diversificada de pessoas, refletindo o surgimento de comunidades mais amplas e interconectadas e a cooperação em larga escala.

Tudo isso é evidenciado pelo transporte de materiais de construção de mais de 40 quilômetros de distância, provavelmente sinalizando o surgimento de sistemas culturais ou religiosos compartilhados em amplas regiões da Irlanda.
Assim, finaliza a publicação, essas descobertas reformulam nosso conceito do passado. Em vez de um mundo de dinastias e reis, a Irlanda neolítica pode ter sido um lugar de igualdade, ritual e identidade compartilhada.