Polícia peruana prende dirigente acusado de extorquir clubes locais em direitos de TV
A polícia peruana deu mais uma passo para tentar acabar com a corrupção no futebol do país. Nesta quinta-feira, Agustín Lozano, presidente da Federação Peruana de Futebol (FPF), foi preso preventivamente em Lima acusado de extorquir clubes locais para que cedessem seus direitos televisivos em esquema de lavagem de dinheiro.
Inicialmente, Agustín Lozano ficará em prisão preventiva por 15 dias. Ele é o segundo dirigente do futebol peruano a ser detido desde 2018. Na ocasião, seu antecessor acabou investigado por participação em dois assassinatos, pelos quais acabou absolvido em julgamento.
Lozano estava em sua residência, em Lima, e foi escoltado até uma viatura da polícia peruana algemado. O dirigente pediu que o povo não fizesse juízo de valor e alegou que tudo não passa de uma mal-entendido que espera esclarecer o mais breve possível.
Além do presidente da FPF, outros seis mandados de prisão foram executados nesta quinta. Todos estariam ligado aos casos de lavagem de dinheiro e extorsão a clubes.
O processo judicial conta com 140 páginas e os promotores alegaram que Lozano e os outros envolvidos "tentaram arrancar os lucrativos direitos de transmissão dos times de futebol da primeira divisão do Peru", o que motivou o pedido de prisão. Os clubes sofriam ameaças de serem rebaixados da primeira divisão do futebol peruano caso relutassem em não repassar o dinheiro.
Contra Lozano ainda consta uma investigação de gastos ilegais de 1,8 milhões de dólares em fundos da federação para transportar 142 pessoas não associadas à organização de futebol para Doha, em 2022, para um jogo de repescagem entre o Peru e a Austrália da Copa do Mundo do Catar.
A investigação de Lozano já durava mais de um ano. A ordem de prisão vem pela procuradoria considerar que o presidente da FPF "representa um risco de fuga e pode obstruir a investigação."
Não é o primeiro problema do dirigente com a justiça peruana. Em 2023, Lozano teve requisitada sua detenção no âmbito de uma investigação de desvio de fundos dos seus dias como presidente da câmara da cidade de Chongoyape, no norte do país.