Santos joga mal e sofre em casa, mas bate Mirassol no sufoco e lidera a Série B
Praticamente dois meses depois de perder a liderança da Série B do Campeonato Brasileiro, o Santos, enfim, comemorou o retorno à ponta da tabela. Empurrado pela torcida, a equipe alvinegra voltou a fazer uma partida abaixo do esperado, sofreu na Vila Belmiro, mas derrotou o Mirassol por 3 a 2, neste sábado, no aniversário de 108 anos do seu estádio, com gols de Giuliano, Willian e Luan Peres. Gabriel e Dellatorre descontaram.
Mais uma vez, a equipe santista fez uma apresentação de baixo nível técnico e muitos erros em todos os setores, longe de repetir as boas atuações do Paulistão. O técnico Fábio Carille foi novamente alvo de vaias e saiu de campo correndo, assim que o julgado apitou pela última vez.
A vitória foi conquistada mais na base da provisão do que da organização em campo, numa partida movimentada, com direito a expulsão de Gabriel Pituca, críticas à arbitragem e uma substituição por concussão.
Apesar do desempenho ruim, o triunfo levou o tempo comandado por Fábio Carille aos 56 pontos, dois a mais que o Novorizontino, que havia sido derrotado por 3 a 1 para o Sport, na sexta-feira. Já o clube do interior paulista, mesmo com o revés, mantém-se firme na briga pelo acesso, na quarta posição, com 50 pontos.
O Santos foi um campo com mudanças, mas as escolhas de Carille se mostraram fundamentais para uma boa atuação da equipe. Ocupando a vaga de Otero na direita do ataque, Willian teve participação direta nos dois gols no primeiro tempo. Na defesa, Luan Peres, titular pela primeira vez desde o retorno à Vila Belmiro, além de grudar em Dellatorre, artilheiro do Mirassol, fez a tentativa da vitória dos anfitriões.
O Mirassol, por sua vez, declarou ousadia e, com um jogo rápido e organizado, teve mais posse de bola e criou boas chances contra a meta de Gabriel Brazão no primeiro tempo. Considerado o ponto forte da equipe do técnico Mozart, a defesa menos vazada da Série B deu espaços, marcando a bola em vez dos jogadores, e essa opção custou caro aos visitantes.
O confronto na Baixada começou em ritmo alucinante e, em menos de seis minutos, o placar já marcava 1 a 1. Logo no minuto inicial, o Santos pressionou a saída de bola do Mirassol e contornou com a falha da defesa para recuperar a bola próxima à área. Giuliano veio de trás, recebeu o passe de Willian e bateu colocado no canto esquerdo de Muralha para abrir o placar.
A torcida santista, porém, teve pouco tempo para comemorar. Aos 3 minutos, JP Chermont chegou atrasado na cobertura pela direita e derrubou Fernandinho na área. Gabriel, aos 5, cobrou a sorte no canto direito de Gabriel Brazão, que caiu para o outro lado, e igualou o placar.
Além de pressionar a saída para forçar o erro do adversário, o tempo da casa passou a avançar com quatro aventureiros, com Giuliano muito próximo dos três homens de frente, e rondava a área do Mirassol, que se movimentava com lentidão e deixava espaços para o time alvinegro trabalhar na interação.
Foi assim que, aos 12 minutos, Willian recebeu a cobrança de lateral de Chermont, saiu da marcação e, em tiro de fora da área, acertou o ângulo esquerdo de Muralha para colocar o Santos à frente no marcador novamente.
Em desvantagem, o Mirassol subiu suas linhas e buscou o empate nas transições rápidas, aproveitando os espaços deixados pelos santistas no meio. Os visitantes tinham posse de bola, mas os visitantes não conseguiram penetrar na defesa alvinegra.
Quando o Santos finalmente conseguiu sair do campo defensivo, aos 27, a bola chegou a Guilherme, após bom trabalho pela esquerda, mas o atacante bateu forte no travessão.
O Mirassol manteve o domínio no meio e trabalhou a bola para quebrar as linhas. Mesmo bem marcado, o clube do interior paulista quase igualou com Dellatorre, a referência no ataque, e Negueba, mas foi para o intervalo atrás no placar.
No segundo tempo, o Mirassol manteve o domínio no meio de campo e acuou os santistas na defesa. Com o adversário aberto, o tempo de Carille aproveitou os espaços deixados, avançando principalmente pela esquerda, para tentar matar o jogo. Foi assim que Guilherme teve a chance de marcar o terceiro em duas oportunidades, mas, sem capricho nas finalizações, acertou a trave e o travessão.
Carille ajudou Hayner para reforçar a contenção, mas uma falha na marcação proporcionou o empate do Mirassol, aos 27. Dellatorre recebeu os cruzamentos de Gazal da direita e, livre na área, teve tempo para vencer a bola e escolher o canto para fazer 2 a 2.
Em busca de presença ofensiva, Carille substituiu Wendel Silva e Guilherme por Julio Furch e Otero, respectivamente. Quando o treinador foi vaiado, aos 38, Otero cobrou escanteio da esquerda e Luan Peres subiram mais que a defesa para cabecear firme no canto direito e anotar o terceiro gol santista.
A partida voltou a ganhar emoção nos minutos finais, com expulsão de Diego Pituca e pressão total do Mirassol, que apostava em chuveirinhos na área. Mais na raça do que na técnica, porém, o Santos conseguiu garantir o importante triunfo e garantir a festa na Vila.
FICHA TÉCNICA:
SANTOS 3 X 2 MIRASSOL
SANTOS – Gabriel Brazão; JP Chermont (Hayner), Gil, Luan Peres e Escobar; Sandry (Alison), Diego Pituca e Giuliano (Jair); Wilian (Laquintana), Wendel Silva (Julio Furch) e Guilherme (Otero). Técnico: Fábio Carille.
MIRASSOL – Alex Muralha; Lucas Ramon (Luiz Otávio), João Victor, Lucas Gazal e Zeca (Zé Mário); Neto Moura (Iury Castilho), Gabriel e Danielzinho; Negueba (Chico Kim), Fernandinho (Léo Gamalho) e Dellatorre. Técnico: Mozart.
GOLS - Giuliano, a 1 minuto, Gabriel (pênalti), aos 5, e Willian, aos 12 minutos do primeiro tempo. Dellatorre, aos 27, e Luan Peres, aos 38 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Guilherme, Escobar, Gil e Gabriel Brazão (Santos); Lucas Gazal (Mirassol).
CARTÕES VERMELHOS - Diego Pituca (Santos).
ÁRBITRO - Gustavo Ervino Bauermann (SC).
RENDA - R$ 568.176,25.
PÚBLICO - 11.816 presentes.
LOCAL - Vila Belmiro, em Santos (SP).