Polivalente Charles espera repetir sucesso de outros jogadores com a camisa 8 do Corinthians
Um dia após a estreia oficial, no empate por 2 a 2 com o Grêmio, nesta quinta-feira, pelo Brasileirão, o volante Charles recebeu a camisa 8 das mãos do executivo de futebol, Fabinho Soldado, e do presidente Augusto Melo, e foi oficialmente apresentado no Corinthians. O quarto reforço da janela de transferências se definiu como um meio-campista polivalente e espera repetir o sucesso de outros corintianos que vestiram o número, casos de Paulinho, Elias e Renato Augusto mais recentemente, e também de Basílio, Sócrates e Rincón.
O reforço estava no Midtjylland, da Dinamarca, onde jogou por três temporadas, assinou até o fim de 2028, fez um treino com o novo grupo e já fez sua estreia na Neo Química Arena. Versátil e polivalente, se colocou à disposição de Ramón Diz para fazer todas as funções do meio-campo e mesmo aberto pelas pontas.
"Quero dizer que é uma honra imensa estar aqui, representando um clube tão importante no cenário mundial. Estou muito feliz, muito contente. Sobre a camisa, sempre joguei com o número 35, mas vi que a 8 é muito importante no clube, e me sinto honrado por tê-la escolhido", afirmou Charles. "Grandes nomes fizeram linda história com ela e espero construir a minha da melhor maneira, podendo ajudando e honrando o clube."
Charles entrou diante do Grêmio mais aberto pela direita. Depois, terminou o jogo como primeiro volante. E não escondeu sua emoção. "Foi um mix de sentimentos, algo jamais passado na carreira, primeira vez no estádio, junto com a torcida. Um sentimento que ficará na memória pelo resto da minha vida. Entrei no campo todo arrepiado, essa força aqui dentro é muito importante para nós nos jogos."
O reforço revelou que teve uma conversa com Paulinho, que vestiu o número por muitos anos, no Centro de Treinamento Joaquim Grava, e revelou a ambição de também ficar marcado no clube, como o ex-jogador, campeão da Libertadores e do Mundial em 2012.
"Me sinto honrado pela oportunidade de vestir uma camisa tão importante e espero fazer minha trajetória. Encontrei com o Paulinho no CT e conversamos. Espero dar continuidade, honrá-la da melhor maneira, estar ajudando e dar felicidade aos torcedores", frisou.
Com a ausência do zagueiro Cacá pelo terceiro cartão amarelo, é possível que Ramón Díaz desfaça o esquema de três zagueiros dos últimos dois jogos, mas reforce o meio-campo com três peças de marcação, o que abriria espaços para Charles atuar ao lado de Ranielle (também pode atuar mais recuado) e de Alex Santana, de volta após cumprir suspensão, na visita ao Atlético-MG, domingo.
Charles garante que vem adquirindo conhecimento como os novos companheiros atuam para se entrosar o mais rápido possível. "Cheguei, tive uma conversa com o Ramón e o Emiliano (Díaz, auxiliar) e eles procuraram passar as coisas de dentro de campo", disse Charles, sobre os primeiros dias de trabalho.
"Sem tempo de trabalhar, estamos procurando conversar bastante e ver vídeos. Agora que estou conhecendo os planos de trabalho, para ter noção de como (a equipe) joga e se posiciona e vou pegando como atuar. Na Dinamarca atuei em todas e consigo desempenhar, dar mobilidade ali no meio e o que o Ramón precisar, vou procurar ajudar", listou.
Há algum tempo que o Corinthians não tinha volantes que apareciam bem na área. Agora são dois, com Alex Santana e Charles, que espera se destacar com forte marcação e surpreender anotando gols.
"Nessa última temporada, atuei alguns jogos abertos, pela direita ou esquerda, logo vou ter uma adaptação aqui, pegando as manhas de todo mundo nos treinamentos, e o que pedirem vou fazer o possível para desempenhar. Com o tempo estarei pronto e mais preparado para ajudar o Corinthians", disse, antes de falar suas características. "É difícil falar sobre nós, as características... Já atuei como primeiro ou segundo volante e terceiro homem no meio ou aberto. Procuro sempre estar ajudando em campo, tenho facilidade de descolamento rápido, de ajudar na marcação e ser homem surpresa no ataque, pisando na área."
Sobre a negociação, revelou que não tinha como não aceitá-la. "Foram três anos importantes da vida, um sonho jogando lá e que realizei, com uma temporada boa. Só que no momento que o presidente e o Fabinho começaram as negociações, cara, é difícil falar não para o Corinthians. Pela grandeza, um clube muito importante mundialmente e dei passos importantes para estar aqui. Na hora que soubemos eu disse à família, 'o coração bateu mais forte', e não tinha como ficar (na Dinamarca). É uma oportunidade única, é o Corinthians e estou muito feliz."