Helenildo Neto denuncia “crime previdenciário” e acusa Prefeitura de jogar rombo de Júlio César nas costas do servidor da ativa e aposentado
Vereador diz que prefeita de Palmeira dos Índios transfere rombo previdenciário ao servidor público
O vereador Helenildo Neto, do Republicanos, fez uma das mais duras e graves denúncias já registradas contra a gestão municipal de Palmeira dos Índios. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o parlamentar acusou a prefeita Luísa Júlia, filiada ao MDB, de tentar “meter a mão no dinheiro dos aposentados” e penalizar servidores ativos e inativos para cobrir um rombo previdenciário deixado pelo ex-prefeito Júlio César, que está de saída do MDB rumo ao PSD.
Segundo Helenildo, no dia 28 de dezembro de 2025, a Prefeitura encaminhou dois projetos de lei à Câmara Municipal que atingem diretamente o funcionalismo público. Para o vereador, trata-se de um “tapa na cara do servidor aposentado” e de uma tentativa explícita de transferir para quem trabalhou a vida inteira o custo de erros e irregularidades cometidas em gestões passadas.
Aumento de descontos e cálculo eleitoral
O primeiro projeto prevê o aumento da alíquota previdenciária, ampliando os descontos nos contracheques de aposentados e servidores da ativa. De acordo com a denúncia, os servidores já contribuem com 26,25%, mas a Prefeitura quer instituir alíquotas complementares, aprofundando ainda mais o sacrifício financeiro da categoria.
O planejamento da gestão, conforme denunciado pelo vereador, revela um recorte político-eleitoral claro:
- Em 2026, ano de eleição, o aumento complementar seria de 11,23%;
- Em 2028, passado o pleito, o desconto saltaria para 23,81%.
“Em ano eleitoral, o impacto é menor. Depois que o voto já foi dado, a bomba estoura no colo do servidor”, afirmou Helenildo Neto, classificando a proposta como uma manobra para reduzir desgaste político imediato.

Parcelamento às cegas e confissão de ilegalidade
O segundo projeto de lei, na avaliação do parlamentar, é ainda mais alarmante. A Prefeitura pede autorização para parcelar e reparcelar débitos previdenciários junto ao Palmeira Prev, sem informar à Câmara e à população o valor total da dívida.
Helenildo denunciou que, apesar de requerimentos formais, o Executivo jamais apresentou números oficiais do rombo. Ainda assim, tenta aprovar um parcelamento genérico, “no escuro”, abrindo espaço para que qualquer tipo de débito seja incluído.
O ponto mais grave, segundo o vereador, é que o projeto admite parcelar contribuições dos segurados que não foram repassadas ao fundo previdenciário. “Não repassar contribuição do servidor é crime. Isso não é ajuste administrativo, é confissão de irregularidade”, disparou.
Conta de Júlio César, cobrança no contracheque do servidor
Para Helenildo Neto, a operação política é clara: a atual gestão tenta resolver um problema herdado da administração de Júlio César, agora em transição partidária para o PSD, empurrando a conta para aposentados, pensionistas e servidores da ativa.
“Quem vai pagar isso não é a prefeita, nem o ex-prefeito. Vai ser a população de Palmeira dos Índios, vai ser você, servidor público”, afirmou.
Câmara sob pressão
O vereador foi enfático ao alertar que a Câmara Municipal se tornou cúmplice com os projetos. Para ele, votar favoravelmente significa avalizar um ataque direto à previdência municipal e legitimar um precedente perigoso contra o funcionalismo público.
“Meu voto é não. E a história vai cobrar de cada vereador a posição que tomar”, concluiu.
A denúncia coloca o Legislativo no centro do debate e transforma a votação em um divisor de águas. Se os projetos avançarem, não será apenas uma decisão técnica ou fiscal — será uma escolha política com impacto direto na vida de quem construiu, ao longo de décadas, o serviço público de Palmeira dos Índios.
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