O carnaval é a época do pecado, dizem os mais religiosos. Para a maioria a maior festa de rua do país é simplesmente a oportunidade perfeita para provocar a safadeza nos pensamentos alheios e instigar certos pensamentos nos outros. Na festa de momo homem beija homens e mulheres, mulheres chupam mulheres e homens e não há vivalma, que esteja no meio da multidão, que não se aproveite do corpo de outrem.
O interessante do carnaval é que existe um acordo tácito, até mesmo entre os que dizem não gostar do carnaval, de que tudo pode e tudo é permitido como se nas demais festividades do ano o mesmo não fosse válido. Nos blocos carnavalescos o sexo é permitido entre os participantes, não importando o gênero do outro. Aliás, diga-se, nosso carnaval só é melhor que o de Veneza justamente por causa da safadeza nossa de todo dia. Há práticas que só o brasileiro tem coragem de realizar.
Junta o calor, o axé, o vuco-vuco, o suor, a bebida e o que sobra pode ser visto nos celulares do mundo inteiro – porque se fizer tem que filmar e espalhar para tornar-se verdade.
O celulares, essa invenção maravilhosa da humanidade, imortaliza nossos melhores e piores momentos e nessa época carnavalesca torna nossa vida muito melhor quando facilita o erotismo em tempo real e com uma magnífica qualidade de imagem e som.
Os smartphones, mais que os blocos de carnaval, fomentam e proliferam o sexo que só pode ser feito nesse país quente e safado.
**USE CAMISINHA**