Uma operação da Delegacia Regional de Arapiraca (4ª DRP), sob o comando do delegado Guilherme Iusten, prendeu em flagrante, na tarde dessa quinta-feira (14), um homem de 53 anos que aplicava golpes no seguro desemprego e Previdência Social em Arapiraca.
A prisão foi realizada em um escritório de contabilidade, que funcionava na Rua Santa Terezinha, no Centro da cidade de Arapiraca, e se deu após três semanas de investigações pelos policiais civis da 4ª DRP, coordenados pelo delegado Guilherme Iusten. O trabalho foi acompanhado pelo delegado Mário Jorge Barros, gerente de Polícia Judiciária da Região do Agreste.
A Polícia Civil apreendeu, no escritório, vasto material de contabilidade, cerca de 400 Carteiras de Trabalho e Previdência Social (CTPS), documentos de empresas e dezenas de carimbos. “Nós estávamos trabalhando nesse caso há três semanas, quando recebemos a informação de que havia um escritório em Arapiraca, montado para fraudar o seguro desemprego. Nós passamos a procurar a localização desse escritório e hoje observamos a movimentação em um local, quando entramos, nos deparamos com grande quantidade de carteiras de trabalho, inúmeros carimbos de cartórios, de empresas, de fazendas, enfim, um vasto material de contabilidade que era usado para dar golpes no seguro desemprego e previdência social”, destacou Iusten.
De acordo com o delegado, o suspeito preso está colaborando com as investigações, já apontou envolvidos, disse que não é o ‘cabeça’ do esquema e contou como se dava a fraude. “Ele relatou que os trabalhadores eram admitidos nas empresas, depois de um tempo, demitidos, mas sem nunca ter trabalhado, para gerar o direito ao seguro. O escritório comprou alguns CNPJs de empresas pequenas, que estariam em falência. Daí usavam esses CNPJs para forjar a solicitação do seguro desemprego”, expôs Iusten.
“Ele tinha contatos em outras cidades no interior do Estado que captavam pessoas. Estes comparsas pegavam a carteira de trabalho delas e, de posse dos documentos, forjava contrato de trabalho e depois a demissão do suposto trabalhador. Em seguida, gerava o seguro desemprego”, explicou o delegado Guilherme Iusten.
A Polícia Civil informou que o suspeito foi encaminhado para a sede da Delegacia Regional de Arapiraca para os procedimentos cabíveis, sendo enquadrado nos crimes previstos nos artigos 171, 294 e 296 do Código Penal. “O suspeito foi autuado em flagrante e delito por estelionato previdenciário, falsificação de documento público, falsidade ideológica e vários outros crimes”, ressaltou.
O delegado Guilherme Iusten explicou que, por ser crime contra a Previdência Social, toda a investigação realizada e os procedimentos feitos pela Polícia Civil serão encaminhados para a Polícia Federal, a quem caberá aprofundar as investigações.
“Há uma divisão de competência. Por se tratar de um estelionato à Previdência Social, esse crime afeta à Justiça Federal. Em relação à falsificação, embora seja um crime em regra estadual, a Justiça Federal vai atrair competência para investigar esse crime. Nós vamos fazer a lavratura do flagrante de delito da prisão que efetuamos e vamos tentar reunir o maior número possível de provas para encaminhar à Polícia Federal, para que o enlace seja desvendado. Com certeza será descoberto um grande esquema criminoso”, salientou o delegado.
De acordo com o Guilherme Iusten, a vítima do crime foi a Seguridade Social, que é patrimônio da União. “As empresas foram utilizadas somente para o preenchimento de requisitos para dar entrada na solicitação do seguro desemprego. Então, a princípio, essas empresas não foram prejudicadas. As pessoas beneficiadas também praticaram crime, são cúmplices, já que sabiam que seus documentos estavam sendo forjados para que elas recebessem o seguro desemprego indevidamente. O escritório ganhava os honorários para fazer todo o processo e também deve ter recebido uma parte do valor desses benefícios pagos de forma indevida”, destacou o delegado, ressaltando que o inquérito será encaminhado à Polícia Federal.
As informações que levaram à prisão do acusado chegaram à Polícia Civil por meio de pessoas que procuraram a 4ª DRP e pelo Disque Denúncia 181