É uma característica do povo do interior achar-se mais do que é, de modo geral. A cidade é a melhor do mundo, a comida é a melhor do mundo, “nunca se viu coisa tão boa no mundo quanto essa cidade, apesar dos defeitos” é o que as pessoas gostam de falar por aí. É muito pavão para pouco campo. Mas, de todas as idiossincrasias do povo, nenhuma chama mais a atenção do que aquela que reclama artistas nacionais para dentro da porteira e que, mesmo bajulando muito e sendo muito subserviente ao “artista”, este é sempre, e deve ser assim mesmo, profissional e distante – com certo nojo, até.
Foi assim com a recente “visita” da atriz Maitê Proença. Arrisco até a comentar que ninguém nem lembra o que ela disse porque todos queriam apenas uma selfie com uma (ex)global. O povo gosta mesmo é do circo e achei até barato o valor cobrado pela palestra de poucos minutos em versão beta que Proença ministrou, estranhamente no auditório do IFAL – mais um atestado que o município e o estado não confiam nas próprias instalações educacionais, e dentre os piores escolheram a instalação menos ruim.
O que me chamou a atenção, no entanto, não foi o preço da palestra (em versão beta) nem dos pavões que sufocaram Proença. O que foi interessante mesmo em um print que está circulando nas redes sociais é o fato de que Palmeira dos Índios tem um Diário Oficial e que este funciona. Se alguém já tentou entrar no portal oficial da Prefeitura viu que é incompleto e que não funciona direito. Aliás, há poucas informações sobre as secretarias, o município e tudo o mais – é praticamente um virtual elefante branco. Mas o Diário Oficial municipal existe!
Então, sempre que quiser informações sobre contratos e atos do município é só ir lá no Diário Oficial de Palmeira dos Índios, onde for que ele se encontre.
2 Comments
Olá Marajá! O pior de tudo isso que escreveste acima. É que as autoridades competentes no caso. Não tomam uma atitude. Fazem vista grossa. A nossa justiça deixa muito a desejar.
A justiça precisa ser acionada, Marcos. Sempre foi assim. Os governantes e gestores têm responsabilidade; nós também, por deixar passar.