Quando olhamos para o natal e vislumbramos luzes e anjos de plástico geralmente damos as costas para todo o ano que se passou. Damos as costas para os atos vis que cometemos e que nos foi cometido – muito embora sejamos os últimos a esquecer as perfídias a que somos submetidos. O natal torna-se, então, sinônimo de luzes, panetones e chocolates e presentes. E nada mais.
Entretanto, quero, nessa véspera natalina, chamar a atenção para um fato dito e nunca assimilado – Jesus é a luz do mundo. Quando nos referimos a Ele como a luz do mundo atribuímos meramente um sentido conotativo e deixamos para a mera imaginação essa verdade indissolúvel – Jesus é a luz literal do mundo. Não somente a conotação, mas a pura denotação. E isso não é absurdo se considerarmos que Ele é um Deus e que criou o céu, a terra, o mar e tudo o que neles existe. Que criou esse e outros mundos. E se aceitarmos essa verdade e não sua mera consideração podemos afirmar que Ele, o Jeová do antigo testamento, é a luz literal desse e de outros mundos.
No Livro de Mórmon, Samuel, o profeta lamanita, profetizou sobre o nascimento do Cristo:
3 E eis que isto vos darei por sinal, na ocasião de sua vinda: Eis que haverá grandes luzes no céu, de modo que na noite anterior a sua vinda não haverá escuridão, tanto que aos homens parecerá ser dia.
4 Portanto, haverá um dia e uma noite e um dia, como se fosse um só dia e não houvesse noite; e isso vos será por sinal; pois vereis o nascer e também o pôr-do-sol; portanto, saber-se-á com certeza que se terão passado dois dias e uma noite, muito embora não haja escuridão durante a noite. E essa noite precederá o seu nascimento.
5 E eis que uma nova estrela aparecerá, uma que nunca vistes antes; e isto também vos será por sinal. (Helamã 14: 3-5)
Perceba o que foi dito “na noite anterior a sua vinda não haverá escuridão, tanto que aos homens parecerá ser dia” – além dos demais significados que essa passagem apresenta, há o fato de que o próprio Jeová o próprio Deus, nascer há também a evidência de que a luz se fez mais uma vez. Uma luz espiritual e material, que podia ser vista por todos. Sobre sua morte, Samuel, o lamanita, profeta do livro de Mórmon, profetizou:
20 Mas eis que, como vos falei a respeito de outro sinal, um sinal de sua morte, eis que, no dia em que ele padecer a morte, o sol será obscurecido e recusar-se-á a dar-vos sua luz e também a lua e as estrelas; e não haverá luz sobre a face desta terra pelo espaço de três dias, desde a hora em que ele morrer até o momento em que ressuscitar dos mortos. (Helamã 14:20).
Note que na véspera de Seu nascimento não houve trevas, mas somente luz. E em Sua morte, somente houve trevas. A luz recusou a se manifestar.
Tenho a convicção de que Ele é a luz literal do mundo, ao analisar essas e outras passagens que predisseram o nascimento e a morte de Jesus Cristo. E não é exagero afirmar que deixamos o essencial passar por nós em todos os natais ao focar em nossa roupa, na ceia e nas luzes piscantes de nossas árvores de natal e da fachada de nossas casas.
A Luz do Mundo está ao alcance e da mesma forma que fechamos os olhos para as realizações, boas ou más do ano, também fechamos os olhos para ela. E ainda queremos um bom ano. Como é possível se essa atitude não mudar?
Como ensinou o profeta Joseph Smith: ninguém é condenado por acreditar demais. O problema é que estamos acreditando de menos naquilo que tanto fingimos buscar e pregar.