Não há assunto com a população de Palmeira dos Índios e nem tem como ter – o povo parece que alcança um determinado ponto de comunicação com o mundo fora dos limites do município que faz com que todo o assunto cesse. O assunto da moda, as febres do Aedes Aegypti, consome quase que 90% do tempo de conversa. É uma história de desmaio em tal lugar, de recaídas semanais, de falta de coragem para trabalhar – uma choradeira tão grande que cansa só de ouvir. Em segundo plano a conversa desanda para a inflação da gasolina e dos produtos alimentícios – como se todos tivessem veículo automotor ou vivesse dentro de um “supermercado” comprando comida para comer dia e noite tal uma feriada braba.
As pessoas são irritantes e tediosas porque não têm o que falar nem argumentos para discutir. Aliás, nem fofocar sobre a vida alheia o povo sabe fazer direito. Não é de espantar que a cidade não tenha uma banca de revista, lotada de revistas TiTiTi e similares, ou um bom lugar para matar o tempo – a população é incapaz de ser refinada ou ter atitudes dessa natureza.
Essa é uma aldeia em que os palmeiríndios não sabem, ainda, o que é tempo útil e como aproveitá-lo. E até aprenderem isso a economia, falida há muito, da cidade vai caminhando rapidamente para o precipício, a educação fica à margem da boa classificação e a qualidade de vida resume-se em frequentar lanchonetes feias e gordurosas.