Aldo Rebelo anuncia, em Viçosa (AL), que aceita candidatura à Presidência pelo Democracia Cristã
Direto de Viçosa, no interior de Alagoas, sua terra natal, o ex-ministro Aldo Rebelo anunciou que aceitou o convite do Democracia Cristã (DC) para disputar a Presidência da República. O pronunciamento foi gravado em frente à Capela do Rosário, um dos marcos históricos e religiosos da cidade, associado às origens do município ainda no século XVIII.
Ao iniciar a fala, Aldo Rebelo desejou um “feliz 2026” aos brasileiros e, em seguida, oficializou a decisão de entrar na disputa presidencial.
Segundo ele, a candidatura nasce com o objetivo de apresentar uma alternativa política ao que classificou como uma “encruzilhada histórica” vivida pelo país.
Democracia Cristã como plataforma política
Ao justificar a escolha do partido, Rebelo destacou o perfil do Democracia Cristã, que definiu como uma legenda modesta, sem fundo partidário e sem bancada no Congresso Nacional. Para ele, justamente essa condição garantiria independência política.
O ex-ministro afirmou que o DC é um partido “sem dono”, não subordinado a interesses do Supremo Tribunal Federal, de políticos profissionais ou do sistema financeiro. Também lembrou que a legenda já teve, no passado, figuras de expressão nacional, como o ex-presidente Jânio Quadros e o ex-governador paulista Franco Montoro, citando esse histórico como referência simbólica.
A “Plataforma dos 4 Rs”
Durante o anúncio, Aldo Rebelo apresentou as linhas gerais do que chamou de “Plataforma dos 4 Rs”, que nortearia sua eventual campanha presidencial:
Retomada do desenvolvimento econômico
Defesa de um projeto nacional focado na reindustrialização, no fortalecimento da ciência, da tecnologia e na recuperação da capacidade produtiva do país.
Redução das desigualdades sociais
Rebelo apontou a educação como o principal instrumento para combater as profundas desigualdades brasileiras, defendendo investimentos estruturais na área.
Revalorização da democracia
O ex-ministro ressaltou a necessidade de resgatar o diálogo democrático, com respeito às divergências e valorização da pluralidade de opiniões como base para a construção do futuro nacional.
Reconstrução da agenda de segurança pública e defesa nacional
Criticou o que chamou de menosprezo do Estado brasileiro tanto pela segurança pública — com a sociedade intimidada pelo crime organizado — quanto pela defesa nacional, afirmando que o país enfraqueceu suas Forças Armadas enquanto outras nações ampliam investimentos estratégicos.
Críticas ao cenário político atual
Em tom crítico, Aldo Rebelo afirmou que, embora o Brasil tenha formalmente um governo eleito, o país estaria sendo governado, na prática, por um “consórcio de poder”.
Segundo ele, esse consórcio seria formado pelo Supremo Tribunal Federal, pela Presidência da República — que estaria submetida às decisões da Corte — e por setores do sistema financeiro.
O ex-ministro citou os juros elevados, na casa de 15% ao ano, e a baixa taxa de investimento como exemplos de um modelo que, em sua avaliação, conduz o país a um “caminho de ruína, desastre e precipício”.
Motivação da candidatura
Ao encerrar a declaração, Aldo Rebelo afirmou que sua principal motivação ao aceitar o convite do Democracia Cristã é “tirar o Brasil do rumo do precipício” e apresentar ao eleitorado uma proposta alternativa de desenvolvimento nacional, com coragem política e determinação.
O anúncio marca a entrada oficial do alagoano no debate eleitoral de 2026 e insere o Democracia Cristã no cenário da sucessão presidencial, ainda que em um contexto de forte fragmentação partidária e antecipação do debate político nacional.