Estudante de Jornalismo da Ufal destaca marisqueiras e vence prêmio da Globo
Trabalho de Madu Cardoso concorreu com mais de 200 inscrições do Nordeste e foi o único de Alagoas entre os dez vencedores
Ela está na metade do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e já pode atualizar o Lattes como vencedora do 2º edital da Academia LED — Jornalismo Globo na Universidade. Aos 19 anos, no 4° período do curso que escolheu por amor desde a infância, Maria Eduarda Cardoso Santos orgulha o jornalismo alagoano destacando uma pauta sobre a reinvenção das marisqueiras do bairro Vergel do Lago, em Maceió, afetadas pelo afundamento do solo da lagoa Mundaú.
Madu Cardoso, como é conhecida, atua como estagiária do Portal CadaMinuto, e foi uma das vencedoras da iniciativa da Globo em parceria com a Fundação Roberto Marinho, dentro do Movimento LED – Luz na Educação. Ela conta como foi o processo de criação do trabalho enviado para concorrer ao edital e como a Ufal ajudou nisso.
“Comecei a pensar o que poderia ser tão interessante a ponto de despertar curiosidade em pessoas da Globo. Foi quando lembrei da história do Sururote [moeda social criada no bairro para movimentar a economia local]. Passei o mês de outubro inteiro me debruçando em reportagens e pesquisas da própria Ufal sobre o assunto e sobre o crime da Braskem. Aí escrevi a pauta com foco nas marisqueiras do Vergel do Lago, que foram muito afetadas com o afundamento dos solos em Maceió”, disse.
O tema da edição do prêmio em 2025 foi Inovação nas cidades: onde o Nordeste se reinventa, e atraiu mais de 200 inscrições de estudantes dos nove estados da região. O trabalho de Madu apresenta como o coletivo das marisqueiras encontrou formas de reconstruir sua autonomia econômica e social. Dentre os projetos selecionados, a pauta de Alagoas foi ganhando destaque durante as fases classificatórias.
Além do reconhecimento, os dez vencedores receberão R$ 10 mil para a produção de suas reportagens e participarão de uma experiência imersiva na redação da Globo, com mentorias de profissionais da emissora.
“Eu acho que o sonho de qualquer estudante de jornalismo — do Nordeste ou não — é ao menos pisar na maior emissora do país. Quando eu soube que estava entre as 15 finalistas, e que era a única de Alagoas, chorei muito! Mesmo que não vencesse, pensei que chegar até ali já era uma grande coisa. Daí veio um pitch na última fase do concurso, que eu estava super nervosa, e, de repente, me peguei em uma reunião com a diretoria do Globo Repórter e do fantástico! Nossa, isso é demais!”, lembrou, emocionada.
A estudante reforça a importância da educação pública em Alagoas para sua vida profissional e revela que para inscrever o trabalho, além do apoio dos colegas de curso, se inspirou no exemplo de uma docente que marcou sua formação acadêmica. “A professora Priscila Muniz, que foi minha professora agora no terceiro período, me inspirou muito! Não só por ela focar muito em questões ambientais, mas pela sua forma sensível de dar as aulas e contar as histórias”, relatou.
Maria Eduarda está entusiasmada com a conquista pessoal e profissional, mas também destaca que esse é um reconhecimento coletivo: “Tenho dito muito que esse prêmio não é só meu, mas da Ufal, dos meus professores, dos meus amigos que me apoiaram, e de Alagoas. Está sendo a realização de um sonho!