209 anos de Maceió: um panorama da cidade pelos dados do Censo Demográfico 2022
Superintendência do IBGE em Alagoas traz um retrato estatístico da capital alagoana
Fundada em 1815, Maceió tem sua origem marcada pelos engenhos de açúcar e pela paisagem de praias, mangues e lagoas, o que lhe trouxe a alcunha de “Paraíso das Águas”. Essa construção natural e socioeconômica foi uma das grandes responsáveis por determinar as bases do desenvolvimento da capital alagoana, e influencia os seus rumos até os dias de hoje.
Mais de dois séculos depois, a cidade que surgiu de um pequeno povoado e que durante o primeiro recenseamento brasileiro, em 1872, contava com apenas 27.703 habitantes, agora tem uma população de cerca de 957 mil moradores, segundo os dados do Censo Demográfico 2022. A capital é a 5ª mais populosa do Nordeste, de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Cinquenta bairros compõem a paisagem urbana da cidade. Cidade Universitária (39.234 habitantes) e Benedito Bentes (38.101), localizados na parte alta, têm o maior contingente populacional. Na outra ponta, o tradicional bairro do Bebedouro, um dos mais antigos da cidade, hoje conta com apenas 378 habitantes. Visitado durante as operações do Censo 2022, o Mutange, também situado na região lagunar, segue categorizado como bairro, mas foi totalmente esvaziado e não possui mais moradores.
Perfil da população maceioense
Pardos (54,4%) são a maioria entre os maceioenses, seguidos por aqueles que se identificam como brancos (34%) e pretos (11%). Amarelos (descendentes de povos asiáticos, como chineses e japoneses) e indígenas têm menor presença na cidade e somam 0,24% e 0,21%, respectivamente.
Como já cantavam os versos do conterrâneo Djavan, que dizia que em Maceió há três mulheres para um homem só, a capital alagoana é principalmente feminina. Ainda segundo o Censo 2022, a cidade tem uma proporção de 87 homens a cada 100 mulheres.
Quando comparada com as outras 26 capitais do país, inclusive Brasília, Maceió ainda é uma cidade jovem. A capital alagoana ocupa a 19ª posição em índice de envelhecimento no país. Aqui, são cerca de 66 idosos (sessenta anos ou mais) a cada 100 jovens (zero a quatorze anos). Apesar disso, a cidade acompanhou a tendência de envelhecimento da população, sentida a nível nacional. Na época do Censo 2010, a proporção era de aproximadamente 34 idosos a cada 100 jovens.
Composição urbana e desafios
Apesar da queda das taxas de desemprego e da expansão do turismo, que são medidas por outras pesquisas do IBGE como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) e o Índice de Atividades Turísticas (IATUR), o “Paraíso das Águas” ainda enfrenta desafios importantes.
Dados do Censo 2022 demonstram que Maceió é a capital com maior taxa de analfabetismo em todo o país, com cerca de 8,4% de analfabetos entre pessoas com 15 anos ou mais. Os números da capital seguem a realidade alagoana, já que o estado alcança os menores índices nacionais de alfabetização, um problema histórico a ser superado.
Mais de 76% das favelas e comunidades urbanas de AL estão situadas em Maceió, que possui 192 das 251 dessas formas de habitação verificadas em todo o estado. A capital é a terceira do país em proporção de domicílios que utilizam “fossa rudimentar ou buraco”, forma inadequada de saneamento básico. Menos da metade dos domicílios (48%) estão ligados à rede geral, rede pluvial ou têm fossa ligada à rede. Apenas Natal, Teresina, Porto Velho e Macapá têm percentuais menores de saneamento.