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209 anos de Maceió: um panorama da cidade pelos dados do Censo Demográfico 2022

Superintendência do IBGE em Alagoas traz um retrato estatístico da capital alagoana

Publicado em 05/12/2024 às 17:41

Fundada em 1815, Maceió tem sua origem marcada pelos engenhos de açúcar e pela paisagem de praias, mangues e lagoas, o que lhe trouxe a alcunha de “Paraíso das Águas”. Essa construção natural e socioeconômica foi uma das grandes responsáveis por determinar as bases do desenvolvimento da capital alagoana, e influencia os seus rumos até os dias de hoje.

Mais de dois séculos depois, a cidade que surgiu de um pequeno povoado e que durante o primeiro recenseamento brasileiro, em 1872, contava com apenas 27.703 habitantes, agora tem uma população de cerca de 957 mil moradores, segundo os dados do Censo Demográfico 2022. A capital é a 5ª mais populosa do Nordeste, de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Cinquenta bairros compõem a paisagem urbana da cidade. Cidade Universitária (39.234 habitantes) e Benedito Bentes (38.101), localizados na parte alta, têm o maior contingente populacional. Na outra ponta, o tradicional bairro do Bebedouro, um dos mais antigos da cidade, hoje conta com apenas 378 habitantes. Visitado durante as operações do Censo 2022, o Mutange, também situado na região lagunar, segue categorizado como bairro, mas foi totalmente esvaziado e não possui mais moradores.

Perfil da população maceioense


Pardos (54,4%) são a maioria entre os maceioenses, seguidos por aqueles que se identificam como brancos (34%) e pretos (11%). Amarelos (descendentes de povos asiáticos, como chineses e japoneses) e indígenas têm menor presença na cidade e somam 0,24% e 0,21%, respectivamente.

Como já cantavam os versos do conterrâneo Djavan, que dizia que em Maceió há três mulheres para um homem só, a capital alagoana é principalmente feminina. Ainda segundo o Censo 2022, a cidade tem uma proporção de 87 homens a cada 100 mulheres.

Quando comparada com as outras 26 capitais do país, inclusive Brasília, Maceió ainda é uma cidade jovem. A capital alagoana ocupa a 19ª posição em índice de envelhecimento no país. Aqui, são cerca de 66 idosos (sessenta anos ou mais) a cada 100 jovens (zero a quatorze anos). Apesar disso, a cidade acompanhou a tendência de envelhecimento da população, sentida a nível nacional. Na época do Censo 2010, a proporção era de aproximadamente 34 idosos a cada 100 jovens.

Composição urbana e desafios


Apesar da queda das taxas de desemprego e da expansão do turismo, que são medidas por outras pesquisas do IBGE como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) e o Índice de Atividades Turísticas (IATUR), o “Paraíso das Águas” ainda enfrenta desafios importantes.

Dados do Censo 2022 demonstram que Maceió é a capital com maior taxa de analfabetismo em todo o país, com cerca de 8,4% de analfabetos entre pessoas com 15 anos ou mais. Os números da capital seguem a realidade alagoana, já que o estado alcança os menores índices nacionais de alfabetização, um problema histórico a ser superado.

Mais de 76% das favelas e comunidades urbanas de AL estão situadas em Maceió, que possui 192 das 251 dessas formas de habitação verificadas em todo o estado. A capital é a terceira do país em proporção de domicílios que utilizam “fossa rudimentar ou buraco”, forma inadequada de saneamento básico. Menos da metade dos domicílios (48%) estão ligados à rede geral, rede pluvial ou têm fossa ligada à rede. Apenas Natal, Teresina, Porto Velho e Macapá têm percentuais menores de saneamento.

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