O senador Renan Calheiros (MDB-AL) chamou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de “charlatão” e manifestou apoio à instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso para investigar ações do governo federal durante a pandemia da covid-19.
“As pessoas perguntam na rua: ‘quantas mortes poderiam ter sido evitadas se o governo tivesse acertado a mão?’ Essas questões têm que ser levadas na CPI. O presidente da Republica deu uma de charlatão, prescreveu remédios, defendeu a cloroquina, teria mandado fabricar… e isso tudo é passível de investigação”, disse Calheiros, em entrevista à CNN Brasil.
Barroso concedeu uma decisão liminar sobre um mandado de segurança apresentado pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO) determinando a instauração da comissão. Mais tarde, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) , afirmou ser contra a CPI neste momento, mas disse vai cumprir a determinação.
A decisão monocrática do ministro Barroso será levada a plenário para apreciação dos demais ministros da Corte no dia 16 de abril, em julgamento virtual.
A decisão de Barroso gerou forte reação de apoiadores de Bolsonaro e membros do governo. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, falou em “politização e caos”.
Durante conversa com apoiadores, na manhã de hoje, Bolsonaro disse que falta “coragem moral” e sobra “imprópria militância política” a Barroso, que ontem monocraticamente determinou a instalação da CPI. Ele ainda reclamou que a decisão não engloba investigação sobre governadores.
À CNN, Calheiros disse ainda que Bolsonaro parece avesso a investigações e age ameaçando as pessoas, segundo ele.
“Esse governo mais do que outros parece ser completamente avesso à investigação e age dessa maneira, ameaçando, como Bolsonaro fez hoje. Não é assim que se procede”, pontuou.