A choradeira vai começar dos prefeitos com a segunda queda consecutiva da primeira parcela do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A queda se repetiu e, desta vez, chegou a 6,99% em relação ao mesmo período do ano passado, se levar em conta a inflação. Entretanto, para os prefeitos veteranos, essa oscilação de abril e maio era esperada, pois ocorre todos os anos, é fato natural, esperado. A perspectiva de melhora começa no período entre junho e julho, com um sinal muito bom, que é a repatriação dos ativos, que estavam no exterior e serão depositados nas contas das prefeituras.
Neste cenário de dificuldades, cabe aos gestores buscarem formas de dinamizar suas finanças, se o perfil econômico de seu município permitir de acordo com cada realidade. É preciso ativar a economia local através de projetos de geração de emprego e renda. Os municípios com potenciais turísticos, por exemplo, devem criar leis de incentivo fiscal e investir em obras para atrair turistas, única atividade que ainda resiste à crise econômica no Brasil. Já aqueles que não têm as belezas naturais e culturais devem buscar na agricultura, pesca ou mineração formas de geração de emprego e renda, com projetos de pequeno porte.
O Canal do Sertão, por exemplo, já tem cerca de 100 quilômetros prontos para produzir alimentos para abastecer várias cidades. A luta, agora, é correr contra o tempo e realizar muitos projetos que ainda estão no papel. É necessário aos gestores criatividade, dinamismo, dispor de equipe técnica eficiente e com muita disposição para vencer em tempos de vacas magras. Normalmente os prefeitos charam desesperados com a queda do FPM quando a receita normaliza nem falam em crise economica.