O vice-prefeito Márcio Henrique (Partido da Cidadania) discreto em todo o mandato (a não ser nos episódios da Justiça Itinerante promovido pelo TJ e da Praça das Casuarinas quando queriam construir uma unidade de saúde no lugar) vem adquirindo um grande desgaste desde que assumiu a Secretaria de Saúde, há cinco meses.
Tido por toda sociedade como um excelente profissional médico, bastante conceituado educado e querido por toda sua categoria profissional, Márcio Henrique se destacou positivamente quando assumiu a secretaria de saúde no final dos anos 90 na tenebrosa administração de sua tia Mazé.
Foi a exceção dentre a regra naquela gestão.
E todo o período em que se enxergava crise no setor de lá para cá, o nome de Márcio era sempre lembrado por políticos e profissionais da área para assumir o encargo.
Eleito vice-prefeito em 2016, Márcio manteve-se silente durante todo o mandato – mesmo quando a área de saúde sofria ataques ferozes da população pela má condução de sua gestão.
O setor vem enfrentando problemas desde que o prefeito Júlio Cezar assumiu a prefeitura. Na pasta passaram Katia Born (a ex-prefeita de Maceió) e Lígia Angélica, ligada à primeira, que saíram sob vaias.
Júlio então resolveu convidar o vice Márcio para tomar a frente da pasta, inclusive com campanha realizada pela oposição nas redes sociais – o que foi aceito.
Márcio seria a salvação que colocaria a Saúde novamente em destaque na gestão municipal, mas recebeu um verdadeiro presente de grego equiparado ao famoso cavalo de Tróia que destruiu Atenas e ao navio daquela nacionalidade que descambou óleo nas praias nordestinas.
Porém, passados cinco meses, os problemas se acumularam e Márcio passou a sofrer o desgaste natural da posição que ocupa, por não mostrar resultados positivos no dia a dia.
Problemas, com médicos faltosos nas UBS (que tiveram sua carga horária reduzida por ordem expressa dele numa composição com os profissionais), falta de medicamentos, além de problemas na UPA e no hospital Santa Rita que continua a cobrar de usuários do SUS, o vice ficou vulnerável a ação dos predadores da política que já começaram a articular e tentam ocupar seu lugar na eleição de 2020.
Por falar em UPA, a unidade de Pronto Atendimento voltou a ser tema nevrálgico da gestão, que denunciou a prefeitura por estar inadimplente há seis meses com a contrapartida que lhe é devida.
A prefeitura minimizou a questão, dizendo que vai tomar à frente da Unidade e economizar recursos.
Voltando à Márcio, sua performance eleitoral em 2018 em Palmeira dos Índios com os candidatos do seu partido o Cidadania (antigo PPS) foi sofrível, tendo o mais votado 300 votos para deputado-federal.
Partidos da moda como o PSL (que pode perder o status com a iminente saída de Bolsonaro) já buscam esse espaço e o presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal, Agenor Leôncio atualmente filiado ao PSB foi convidado para ingressar na sigla partidária. Essa pretensão, até março de 2020 tem um objetivo político: Agenor Leôncio quer ser o vice na chapa do prefeito Júlio Cezar no processo de reeleição.
Caso ocorra essa aliança, Agenor Leôncio deve apoiar o filho para a disputa de uma das 15 vagas na Câmara municipal.
Outro nome que cisca por fora com essa intenção é o do secretário de assistência Social de Alagoas João Lessa, afilhado político de Marx Beltrão e já fritado na secretaria que ocupa no Estado.
O PT também circula na lista de vice-prefeituráveis na chapa de Júlio Cezar, pois conta com o suporte federal do deputado Paulão, e Sheila Duarte, ex-vereadora é cogitada, principalmente após ter enfim aceitado o convite para a Secretaria da Mulher.
Quando ao futuro político do atual vice-prefeito e secretário municipal de Saúde, Márcio Henrique só o tempo vai definir.
Teria sido melhor ficar na discrição do cargo de vice ou ter se arriscado a se queimar como fez assumindo a desgastada pasta de Saúde?
Se for substituído como fizeram todos ex-prefeitos que disputaram a reeleição em Palmeira (Cordeiro em 2004 substituiu França por Pedro Paulo e James em 2008 trocou Verônica por Targino) sobrará para Márcio apenas lançar a irmã Clea Carvalho, candidata a vereadora.
Quanto ao prefeito, atualmente filiado ao PSB e até março de 2020, poderá voltar ao ninho tucano filiando-se ao PSDB.
Ele já teria recebido o convite do presidente estadual do partido, o senador Rodrigo Cunha e acenado com a possibilidade.