A prisão recente de Carlos Arthur Nuzman, acusado de participação em esquema de compra de votos para o Rio receber a Olimpíada de 2016, expõe mais uma vez a crise endêmica que atinge os principais dirigentes esportivos do Brasil. Praticamente todos os nomes de destaque na gestão do futebol ou de modalidades olímpicas dos últimos 30 anos mantêm pendências com a Justiça por causa de crimes de corrupção.
O Terra listou abaixo essa relação, com oito exemplos dos mais emblemáticos. São personagens poderosos, muito influentes, mas cuja legitimidade no cargo foi posta em xeque em razão de condenações e outras decisões judiciais e de denúncias com desdobramentos que parecem não ter fim.
JOÃO HAVELANGE – Ex-presidente da Fifa, morreu ano passado, no Rio, com sua imagem bastante arranhada por ter se envolvido num esquema de propinas com a ISL, empresa de marketing da Suíça. Por conta disso, teve de deixar a presidência de honra da Fifa e renunciou ao cargo que ocupava no Comitê Olímpico Internacional, temendo ser banido.
RICARDO TEIXEIRA – Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por 23 anos, de 1989 a 2012, foi indiciado pela Justiça dos Estados Unidos em 2015 por participação em esquema ilícito na venda de direitos de transmissão de torneios de futebol. Em julho de 2017, a Justiça da Espanha pediu sua prisão, acusando-o de lavagem de dinheiro.
CARLOS ARTHUR NUZMAN – Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) desde 1995, renunciou ao cargo na quarta (11). Está preso há uma semana, no Rio, por causa de investigação que o aponta como intermediário na negociação de compra de votos para a eleição do Rio como sede olímpica.
JOSÉ MARIA MARIN – Ex-presidente da CBF, entidade que dirigiu de 2012 a 2015, está preso há dois anos e meio – primeiro na Suíça e hoje nos Estados Unidos – por conta de sua participação em esquema ilícito de venda de direitos de transmissão de torneios de futebol. Cumpre prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica.
COARACY NUNES – Presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) desde 1988, Coaracy foi preso em abril de 2017 pelos crimes de peculato, associação criminosa e por fraude em licitação para comprar material esportivo em 2014 com verba federal. Deixou a cadeia em junho, devido a problemas de saúde.
MARCO POLO DEL NERO – Presidente da CBF desde 2015, ele também foi indiciado pela Justiça dos Estados Unidos por envolvimento em esquema ilícito de venda de direitos de transmissão de torneios de futebol. Já faz dois anos e meio que não representa o futebol brasileiro em nenhum evento no exterior. Ele não sai do Brasil por medo de ser preso.
ARY GRAÇA – Atual presidente da Federação Internacional de Voleibol, Ary Graça renunciou em março de 2014 ao seu mandato na Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), entidade que dirigia desde 1997, depois de ter seu nome envolvido em esquema de pagamento de comissões em contratos de patrocínios da entidade.
CARLOS NUNES – Sob sua responsabilidade, a Confederação Brasileira de Basketball (CBB) foi suspensa pela federação internacional, por não cumprir uma série de acordos, e acumulou dívidas milionárias. Deixou a presidência da CBB, onde ficou por oito anos, em março de 2017 sob acusação de fraudes em licitações e pagamento irregular de servidores públicos e funcionários não estatutários.