As estimativas apontam para 3.250 novos casos de câncer em Alagoas. Para dar resposta ao atendimento aos alagoanos diagnosticados com neoplasias, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) promoveu, nesta segunda-feira, 05, reunião com os responsáveis pela prestação do serviço e o Ministério da Saúde (MS) para alinhar os encaminhamentos que financiam o Serviço de Oncologia no Estado de Alagoas.
De acordo com a secretária de Estado da Saúde, Rozangela Wyszomirska, a proposta é que se redefina o fluxo de acesso da população ao diagnóstico. Para isso, está sendo elaborado um Plano Estadual de Oncologia, a fim de assegurar atendimento integral nas Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacons) e Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacons).
São cinco as unidades que funcionam do diagnóstico ao tratamento, realizando exames, e estão localizadas em Maceió e Arapiraca. São elas, o Hospital Universitário, Hospital do Açúcar e a Santa Casa, situadas em Maceió. Já em Arapiraca, o Hospital Afra Barbosa e o Hospital Chama realizam o serviço.
“O financiamento, o serviço contemplado e o cumprimento do protocolo são os encaminhamentos a serem definidos para organizar o Serviço de Oncologia em Alagoas”, defendeu Wyszomirska. Para isso, ela justificou que o Plano Estadual de Oncologia deve ser implantado para focar no diagnóstico precoce, reduzindo assim a exposição a tratamentos e seus efeitos colaterais.
Segundo a assessora técnica do Ministério da Saúde (MS), Ângela Pinto, referência para Alagoas na Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas, os hospitais de Alagoas têm equipamentos e técnicas suficientes para a prestação do serviço de oncologia. “A necessidade agora é finalizar a proposta do Plano Estadual de Oncologia e encaminhar ao Ministério da Saúde”, resumiu ela.
Dados
No período de janeiro a julho de 2015, foram realizados os seguintes serviços de oncologia em Alagoas. O Hospital do Açúcar executou 46 quimioterapias ambulatoriais e 47 hospitalares; o Hospital Universitário realizou 1.186 quimioterapias ambulatoriais e 132 hospitalares; e a Santa Casa de Maceió fez 5.119 quimioterapias ambulatoriais e 437 hospitalares, além de 212 cirurgias e 34.338 radioterapias. Em Arapiraca, o Hospital Afra Barbosa foi responsável por realizar 1.141 quimioterapias ambulatoriais e 727 hospitalares, além de 54 cirurgias oncológicas; e o Hospital Chama executou 22 cirurgias e 19.311 radioterapias.
A assessora técnica do MS alertou para o número contrastante apresentado em relação aos serviços prestados. “Percebemos que o número de radioterapia e quimioterapia está bem maior do que o percentual de diagnóstico e cirurgia”, pontuou. Isso significa, segundo ela, “que o início do tratamento é iniciado quando o estado do câncer muito avançado, quando o ideal é o diagnóstico precoce, para logo dar início ao tratamento”.